Primeiras impressões: BYD King quer ser o novo rei dos sedãs
Já dirigimos: novo BYD King estreia no Brasil com preços a partir de R$ 175.800 e até 235 cv para brigar com o Toyota Corolla híbrido
A BYD sabe da importância do Toyota Corolla para o segmento de sedãs médios no Brasil. Até por isso, a montadora chinesa fez questão de mencionar o sedã japonês como o principal concorrente do King, que acaba de chegar ao Brasil em duas versões híbridas plug-in, a GL e a GS. Mas será que ele reúne as qualidades necessárias para isso?
Apresentado nesta semana com preços a partir de R$ 175.800 – ou R$ 169.800 com o bônus de R$ 6 mil da pré-venda, o BYD King quer desbancar o Corolla no Brasil. O Guia do Carro acompanhou o lançamento do BYD King no país e também teve um breve contato com o modelo em um circuito de testes na cidade de São Paulo (SP).
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De acordo com a montadora chinesa, a opção pelo curto test-drive se deu pela falta de homologação do sedã, que deve chegar às lojas até o fim deste mês. No entanto, apesar do rápido contato com o King, foi possível perceber alguns predicados do sedã da BYD. A principal diferença entre as duas versões do novo BYD King é o tamanho da bateria.
No modelo GL, ela é de 8,3 kWh, enquanto o GS traz 18,3 kWh de capacidade. De acordo com o ciclo do Inmetro, a autonomia elétrica da versão topo de linha chega a 80 km – no ciclo chinês NEDC, ela chega a 120 km. A versão que dirigimos é a GL, que custa R$ 175.800.
Sob o capô, o novo BYD King traz o mesmo conjunto que já equipa o Song Plus. Ele é formado por um motor 1.5 aspirado a gasolina de 110 cv e um motor elétrico, que varia de 180 cv (GL) e 197 cv (GS). Por conta da diferença na bateria, a potência combinada da versão GL é de 209 cv, enquanto o King GS oferece 235 cv. O torque é de respectivos 316 Nm e 325 Nm.
Já a aceleração de 0 a 100 km/h é feita em 7,3 segundos (7,9 s no King GL) e a velocidade máxima é limitada eletronicamente a 185 km/h em ambas as versões. Ao acelerar o BYD King nos modos de condução híbrido e elétrico, o sedã parece ter reações bem ágeis ao toque no acelerador, algo útil em situações de emergência ou em uma ultrapassagem.
No entanto, a potência do motor a combustão poderia ser maior. Um dos trunfos do BYD King será o baixo consumo de combustível, já que o sedã promete médias de até 25,6 km/l e até 1.200 km de alcance, o suficiente para uma viagem de São Paulo (SP) até Brasília (DF). A autonomia 100% elétrica chega aos 80 km na versão GS, já no ciclo do Inmetro.
Já a direção elétrica é bem leve em manobras, e conta com um bom diâmetro de giro, algo que comprovamos em uma das etapas do teste. A suspensão parece filtrar bem os impactos e imperfeições do solo, embora seja necessário um teste mais detalhado para ter uma impressão mais aprofundada sobre este aspecto.
Por fora, o visual agrada e é bem moderno. De acordo com a BYD, o design do King foi inspirado em ondas do ar. Na dianteira, o destaque fica para os finos faróis de LED de formato afilado. Na versão GS, os faróis de são evidenciados por uma faixa de luz diurna integrada. Já a grade dianteira tem elementos tridimensionais que lembram gotas de água.
Pessoalmente, o conjunto funciona muito bem, e casa com as dimensões do carro, que mede 4,78 metros de comprimento, 1,83 m de largura e 1,49 m de altura. O entre-eixos tem 2,71 m. As rodas são de 17" e o porta-malas leva até 450 litros. Na lateral, a carroceria conta com linha de cintura alta e tem um vinco marcante na parte traseira.
Também há um friso cromado na região das janelas e retrovisores destacados da carroceria. Atrás, as lanternas de led horizontais são interligadas por uma barra horizontal que atravessa a tampa do porta-malas. Por dentro, o BYD King traz o layout característico dos carros da marca.
O destaque fica para a central multimídia de 12,8" giratória com Android Auto e Apple CarPlay, além de conexão com internet. O painel de instrumentos também é digital, e tem tela de 8,8". Também há suporte a comandos por voz e atualizações remotas para o sistema. Já o acabamento traz bons encaixes e materiais emborrachados em algumas superfícies, como a parte superior do painel e das portas dianteiras, algo que valoriza o sedã.
A lista de equipamentos é comum entre as duas versões, com exceção do ar-condicionado digital – que tem duas zonas na versão GS e apenas uma na GL, o sistema de som (8 contra 6 alto-falantes), iluminação ambiente e os ajustes elétricos do banco do passageiro – os dois últimos apenas na versão GS. A garantia do veículo é de 6 anos, e de 8 anos para a bateria, ambas sem limite de quilometragem.
Todas as versões trazem de série 6 airbags, sensor de pressão dos pneus, saída de ar traseira, controle de cruzeiro, espelhos laterais elétricos e retráteis, além de 4 portas USB-A e tomada 12V. No entanto, ficou de fora o pacote ADAS de itens de condução semi autônoma e de segurança, algo que o Corolla oferece.
Apesar disso, ainda há carregamento por indução para smartphone, assistência de partida em rampa, freio de estacionamento eletrônico com auto hold, sensores de estacionamento, câmera 360 graus e compatibilidade com cartão NFC, direção elétrica, frenagem inteligente, controles de estabilidade e de tração e freios ABS com EBD.
O novo BYD King chega ao mercado brasileiro custando R$ 175.800 (GL) e R$ 187.800 (GS) nas cores Branco, Cinza e Preto, sempre com interior Preto e Cinza. Para quem adquiriu o sedã na pré-venda até a última quarta, 19, ainda há um bônus de R$ 6 mil – que faz o valor cair para R$ 169.800 e R$ 181.800 na prática.
Apesar do contato com o novo BYD King ter sido bem rápido, foi possível ver que o sedã traz qualidades para chamar a atenção de quem procura um Corolla híbrido. Principalmente pelo preço mais baixo – o sedã da Toyota parte de R$ 190.120 nas variantes híbridas – e pela potência extra do conjunto híbrido plug-in, que também é mais avançado do que o do Corolla.
Por outro lado, o Corolla conta com dois trunfos que pesam muito a favor. O volume maior de vendas, já que o modelo é produzido no Brasil – o BYD King vem importado da China – e a tradição do modelo e da marca japonesa no segmento. De qualquer forma, o King pretende conquistar o consumidor pelo custo-benefício, e nisso ele tem cacife para incomodar o Corolla, uma vez que a diferença de preços é considerável entre os dois sedãs e pesa a favor do BYD King.
