Pulse Hybrid e Fastback Hybrid estreiam com economia na cidade

Novo sistema MHEV de 12 volts coloca a Fiat na era da eletrificação, com redução de CO2 e menor consumo urbano; preços partem de R$ 125.990

Sergio Quintanilha

6 nov 2024 - 18h02

(atualizado às 20h16)

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Fiat Pulse Impetus Hybrid e Fiat Fastback Impetus Hybrid
Foto: Stellantis / Guia do Carro

A Fiat lançou oficialmente seus primeiros modelos eletrificados no Brasil: o Pulse Hybrid e o Fastback Hybrid. Os dois SUVs são fabricados em Betim (MG) e são os pioneiros no uso do sistema MHEV flex de 12 volts desenvolvido pela Stellantis. Os novos Pulse Hybrid e Fastback Hybrid ficaram mais econômicos na cidade.

Menor e mais leve, o Fiat Pulse Hybrid foi o que teve os maiores ganhos na redução de consumo urbano. Com etanol, passou de 8,4 para 9,3 km/l na cidade. Com gasolina, foi de 12,1 para 13,4 km/l na cidade.

Fiat Pulse Impetus Hybrid
Foto: Stellantis / Guia do Carro

O Fiat Fastback Hybrid também melhorou no consumo urbano. Com etanol, ele passou de 8,4 (Audace) e 8,1 (Impetus) para 8,9 km/l na cidade. Com gasolina, foi de 11,9 (Audace) e 11,3 (Impetus) para 12,6 km/l na cidade. Todos os números são oficiais do ciclo PBEV do Inmetro.

A dupla de carros híbridos da Fiat estreia em quatro versões (duas de cada modelo) e teve um aumento R$ 2.000 em relação às versões convencionais. Os preços dos Fiat Hybrid são os seguintes:

Pulse Audace T200 Hybrid AT - R$ 125.990
Pulse Impetus T200 Hybrid AT - R$ 140.990
Fastback Audace T200 Hybrid AT - R$ 151.990
Fastback Impetus T200 Hybrid AT - R$ 161.990

A Stellantis incentiva o uso de etanol por considerar esse combustível uma alternativa rápida e acessível para a descarbonização. Entretanto, terá também modelos híbridos mais evoluídos, do tipo HEV e do tipo PHEV (plugável), além de carros 100% elétricos no final da década.

Fiat Fastback Audace Hybrid
Foto: Stellantis / Guia do Carro

Na estrada, o Pulse Hybrid e o Fastback Hybrid não conseguiram redução de consumo. O Pulse Hybrid manteve os valores com etanol (10,2 km/l) e com gasolina (14,4 km/l). Já o Fastback Hybrid piorou seus números de consumo rodoviário na versão Audace: com etanol, passou de 10,2 para 9,8 km/l; com gasolina, foi de 14,6 para 13,9 km/l. Na versão Impetus, manteve os valores anteriores.

Em megajoules, o ganho do Pulse Hybrid também foi maior: caiu de 1,64 MJ/km para 1,54 MJ/km. O Fastback Hybrid teve um pequeno ganho, passando de 1,65 MJ/km para 1,62 MJ/km.

Com o lançamento do Pulse Hybrid e do Fastback Hybrid, a Fiat se torna a a terceira montadora a oferecer um sistema híbrido flex. A primeira foi a Toyota (Corolla Hybrid e Corolla Cross Hybrid) e a segunda foi a Caoa Chery (Tiggo 5X Hybrid e Tiggo 7 Hybrid).

Fiat Pulse Audace Hybrid
Foto: Stellantis / Guia do Carro

Porém, a Fiat é a primeira a desenvolver a tecnologia MHEV (Mild Hybrid Electric Vehicle) flex no Brasil. O sistema da Toyota é HEV (mais completo) e vem do Japão. O sistema da Caoa Chery também é MHEV, porém de 48 volts. O MHEV da Fiat é de 12 volts.

“O híbrido é o novo flex”

Durante o lançamento dos novos Pulse Hybrid e Fastback Hybrid, a Fiat destacou que “o híbrido é o novo flex”. Na visão da montadora italiana, que tem uma rica história de inovações em Betim (MG), sua fábrica principal, e também em Goiana (PE), onde fabrica a picape Toro, o híbrido é uma tecnologia acessível para os consumidores brasileiros, por isso a Fiat pretende liderar esse segmento.

Fiat Fastback Impetus Hybrid
Foto: Stellantis / Guia do Carro

Atualmente, os carros eletrificados representam apenas 7,5% do mercado brasileiro e os carRos a combustão somam 92,5%. A previsão da Stellantis é que em 2030 os eletrificados serão 60% e os carros “térmicos” serão 40%.

A Fiat destacou quatro vantagens para os usuários da dupla Pulse Hybrid e Fastback Hybrid:

funcionamento automático, sem necessidade de carregamento;
mais economia de combustível com maior autonomia;
redução da emissão de CO2 sem perder potência do motor;
descontos no IPVA e isenção em rodízios municipais.

Motor 1.0 Turbo 200 da Stellantis agora também é eletrificado
Foto: Stellantis / Guia do Carro

Dentro das novas arquiteturas Bio-Hybrid da Stellantis, o sistema elétrico dos Fiat Pulse Hybrid e Fastback Hybrid é chamado de “híbrido multifuncional com bateria de íon lítio” (MHEV). A Stellantis rejeita o termo “micro-híbrido”, adotado pela ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico).

Plataforma Fiat Hybrid

A plataforma Fiat Hybrid, adotada no Pulse e no Fastback, é composta de cinco elementos: um motor a combustão 1.0 turbo flex de 130/125 cv de potência (etanool/gasolina), um motor elétrico de 12 volts e 3 kW de potência (4 cv), umA bateria de íon de lítio NCM de 12 volts e 11 amperes, uma chave de seleção DBSM (Dual Battery Switch Module) e uma bateria de chumbo-ácido EFB de 12 volts e 68 amperes.

O motor elétrico funciona principalmente na fase chamada de e-Start (ignição). O motor a combustão e o motor elétrico trabalham juntos na fase chamada de e-Assist (aceleração) até 65 km/h. Em velocidade de cruzeiro o sistema funciona no Modo Alternador ou Neutro. Na desaceleração entra a fase e-Regen (regeneração da energia da bateria).

As vantagens do sistema Fiat Hybrid MHEV de 12 volts, segundo a Stellantis
Foto: Stellantis / Guia do Carro

Mesmo sendo um sistema MHEV de 12 volts e não um MHEV de 48 volts ou um híbrido completo (HEV), o Fiat Hybrid traz benefícios para os usuários:

carga de bateria e torque adicional;
Boost Assist: transformação da energia elétrica armazenada em energia mecânica;
motor elétrico regenera a bateria nas desacelerações;
função Start&Stop de nova geração.

A Fiat mostrou um quadro comparando o consumo urbano do Pulse Hybrid e do Fastback Hybrid com os modelos a combustão da concorrência (Chevrolet Tracker, Volkswagen T-Cross, Volkswagen Nivus e Nissan Kicks). Os modelos híbridos levam vantagem nas três comparações: consumo urbano com etanol, consumo urbano com gasolina e eficiência energética em MJ/km.

Comparativo de consumo urbano do Pulse Hybrid e Fastback Hybrid com os rivais
Foto: Stellantis / Guia do Carro

Os testes de engenharia mostraram que houve uma redução média de 15% nas emissões de CO2. Não houve comparação do consumo rodoviário, pois (como dissemos acima), o Pulse Hybrid não teve ganho e o Fastback Hybrid piorou. Ou seja: a vantagem em consumo é mesmo rodando na cidade.

Somente com os modelos Pulse Hybrid e Fastback Hybrid a Stellantis rodou 1 milhão de km em testes, dedicou mais de 300 mil horas de desenvolvimento e realizou 400 testes de engenharia. Mais de 250 engenheiros foram envolvidos no projeto dos novos Fiat híbridos.

Versões e preços