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Reforma de Kombi chega a custar R$ 320 mil na Alemanha

Ainda sem a confirmação de que poderá continuar em linha, a última Volkswagen Kombi está prevista para sair da fábrica de São Bernardo do Campo em 20 de dezembro

14 dez 2013 - 15h28
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Ainda sem a confirmação de que poderá continuar em linha, a última Volkswagen Kombi está prevista para sair da fábrica de São Bernardo do Campo em 20 de dezembro, encerrando um capítulo de 63 anos do modelo. 

Último País a produzir a van, o Brasil passa por um momento de indecisão sobre a obrigatoriedade dos equipamentos de segurança que tirarão a Kombi de linha a partir de 2014. O governo e representantes de montadoras se reúnem na próxima terça-feira para discutir a questão. 

Enquanto isso, na Alemanha, onde o modelo foi descontinuado em 1979, uma restauração completa pode chegar a 100 mil euros (cerca de R$ 320 mil). Mesmo com o fim da produção, a lenda da Kombi deve permanecer na memória de quem assistiu a um episódio de Scooby-Doo ou ao filme Pequena Miss Sunshine, além de movimentar o mercado de antiguidades automotivas.

Legislação

O eventual adiamento da exigência para que as montadoras instalem freios ABS e airbag em todos os veículos fabricados no País a partir de 2014 será decidido na terça-feira, em Brasília. Na data, ocorrerá uma reunião em Brasília entre o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e representantes da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) para definir a questão.

Sobre a mesa de negociação está a possibilidade de escalonamento da regra. Hoje 60% dos veículos que saem das fábricas têm que ter instalados airbag e freios ABS. O percentual subiria para 100% em 2014, segundo a norma estabelecida em 2009. Isso atingiria modelos como Kombi e Gol G4, da Volkswagen; e Mille, da Fiat, segundo a consultoria Jato Dynamics.

De acordo com o Ministério da Fazenda, uma das possibilidade é estabelecer uma obrigatoriedade intermediária de 80% para que os fabricantes tenham tempo maior para fazer adaptações nas fábricas, de forma a afastar risco de demissão de trabalhadores pela desativação de algumas linhas de montagem.

Last Edition

A série especial Last Edition da Kombi tem produção limitada a 1.200 unidades, com preço sugerido de R$ 85 mil. A edição traz itens exclusivos como pintura tipo “saia e blusa”, acabamento interno de luxo e elementos de design que remetem às inúmeras versões do veículo fabricadas no País desde 1957. As unidades são numeradas e têm placa de identificação.

História
A Kombi foi idealizada pelo holandês Ben Pon na década de 1940, que projetou a combinação do Volkswagen Sedan em um veículo de carga leve. Lançada na Alemanha em 1950, o modelo era equipado com motor 4 cilindros 1.2 l com refrigeração a ar e 25 cavalos de potência. Ao lado do Fusca, a Kombi marcou o início das atividades da Volkswagen no País, há 60 anos. Sua montagem começou no ano de 1953, em um galpão no bairro do Ipiranga, em São Paulo.

A partir de 2 de setembro de 1957 o modelo passou a ser efetivamente produzido no Brasil, na fábrica Anchieta, em São Bernardo do Campo. A Kombi foi o primeiro veículo fabricado pela Volkswagen do Brasil, antes mesmo do Fusca – e o primeiro feito pela empresa fora da Alemanha. O nome Kombi é uma abreviação, adotada no Brasil, para o termo em alemão Kombinationsfahrzeug, que em português significa “veículo combinado” ou “combinação do espaço para carga e passeio”. Na Alemanha o modelo recebeu o nome VW Bus T1 (Transporter Número 1).

Além das versões com janelas traseiras de vidro ou furgão, a Kombi também foi fabricada como pick-up, com cabine simples ou cabine dupla. Menos de quatro anos após seu lançamento no Brasil foi introduzido no mercado nacional o modelo de seis portas, nas versões luxo e standard, com transmissão sincronizada e índice de nacionalização de 95%. A versão picape surgiu em 1967, já com motor de 1.500 cm³ (potência bruta de 52 cavalos) e sistema elétrico de 12 volts.

Brasil vira oficina de restauração para apaixonados por Kombis:

A trajetória internacional da Kombi brasileira se iniciou com as exportações da Volkswagen do Brasil nos anos 1970 para mais de 100 países. Os principais mercados externos da Kombi foram Argélia, Argentina, Chile, Peru, México, Nigéria, Venezuela e Uruguai. Em 1975, a Kombi passou por uma reestilização e também teve a cilindrada do motor ampliada para 1.600 cm³. A potência bruta era de 58 cavalos. Três anos mais tarde, esse motor 1.6 l ganhou dupla carburação, o que aumentou sua potência bruta para 65 cavalos.

A opção com motor 1.6 l a diesel surgiu em 1981. Com quatro cilindros em linha e refrigerado a água, esse motor desenvolvia potência de 60 cavalos e era oferecido para as carrocerias furgão e picape – a opção cabine dupla também foi introduzida naquele mesmo ano. Em 1982 foi introduzida a versão movida a etanol do motor 1.6 l com potência de 56 cavalos.

No ano seguinte, a Kombi ganhou painel e volante novos, além da alavanca do freio de mão, que sai do assoalho e passa para debaixo do painel. As versões a diesel e cabine dupla incorporaram novidades e itens de conforto como cintos de segurança de três pontos, bancos dianteiros com encosto de cabeça e temporizador para o limpador do para-brisa, entre outros.

Kombi Last Edition x 1964: veja o que mudou em quase 50 anos:

Em 1997 chegou a Kombi Carat, que apresentava soluções como teto mais alto (recurso que passou a ser adotado em toda a linha), porta lateral corrediça e a ausência da parede divisória atrás do banco dianteiro. No fim de 2005, a Kombi se tornou flexível, recebendo o motor 4 cilindros 1.4 flex. Um dos pontos fortes em sua comercialização sempre foi a fácil adaptação para os mais diversos tipos de uso: a Kombi foi usada como ambulância, viatura policial, veículo do Corpo de Bombeiros, veículo de lazer, escritório volante, biblioteca circulante, carro funerário, lanchonete e até carro de reportagem de televisão e rádio, entre outras versões.

Fonte: Terra
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