Renault: Captur mostra influência do Brasil no design global
Marca francesa possui atualmente seis centros de design, entre eles um em São Paulo
O vice-presidente sênior de design do grupo Renault, Laurens van den Acker, explicou na segunda-feira em São Paulo a estratégia de renovação do visual da marca francesa, que começou em 2010. De acordo com o executivo, os novos veículos da marca não são mais criados por e para europeus. Um exemplo da influência destes mercados no design global é o conceito Captur, mostrado em 2011, que evoluiu para o crossover que leva o mesmo nome e foi lançado na Europa neste ano.
“O segmento de crossovers B nasceu aqui no Brasil, com o Ecosport, o que a influência das demais as regiões no mercado global. O Captur é um bom exemplo que veio da América Latina. Não estamos mais desenvolvendo carros para a Europa e depois tentando encaixá-los nos outros lugares. Agora é o contrário”, afirmou Acker.
A Renault possui atualmente seis centros de design, entre eles um em São Paulo. Os demais estão na Espanha (Barcelona), França (Paris), Coreia do Sul (Seul), Índia (Mumbai) e Romênia (Bucareste). Para Acker, o desafio é criar modelos com as mesmas ambições e tecnologias, mas que sejam economicamente viáveis também para estes mercados.
A fabricante ainda não confirma, mas a chegada do Captur é cotada por meio de importação, para ficar acima do Duster – atual concorrente do EcoSport no Brasil. No entanto, a nova geração do Clio, mostrada recentemente no salão da Buenos Aires, segue distante. Segundo Acker, a meta é aproximar o visual do modelos vendidos na Europa e no Brasil nos próximos anos - o Clio nacional foi reestilizado no ano passado e está há quase duas gerações atrás do modelo que será vendido na Argentina.
Confirmado mesmo, por enquanto, apenas o novo Logan, que será fabricado em São José dos Pinhais (PR) e comercializado a partir do primeiro trimestre de 2014. Com carroceria totalmente renovada, já com a “cara” da nova estratégia de design da marca, que traz uma grade frontal enviesada com destaque para o logo da Renault no centro. O novo Logan deve manter a mesma configuração de motores 1.0 e 1.6 l.
Acker afirmou também que a Renault trabalha atualmente no desenvolvimento de um sedã médio, possível substituto do Laguna, produzido no Brasil até 2002. De acordo com o executivo, o novo modelo é pensado primeiro para o mercado asiático. “Não fomos tão bem como poderíamos no segmento, e os novos mercados dão essa oportunidade. Não queremos ser uma marca apenas dos segmentos A e B”, afirmou.