Review: BYD Song Pro é um plug-in com ótimo custo-benefício
Rodamos durante uma semana, na cidade e na estrada, com o BYD Song Pro GS, que é R$ 40 mil mais barato do que o sofisticado Song Plus
Não é muito fácil entender a indústria automotiva chinesa. Ao contrário da indústria americana, europeia, japonesa e coreana, a indústria chinesa dá nomes iguais para coisas diferentes. Um desses casos ocorre na BYD com os modelos Song Pro e Song Plus.
Um consumidor desavisado pode acreditar que o Pro e o Plus são versões do BYD Song. Não é bem assim. Os carros são diferentes em medidas importantes, como comprimento, largura, altura e entre-eixos. Portanto, são dois carros diferentes.
O BYD Song Pro é cerca de R$ 40 mil mais barato do que o BYD Song Plus. Então é menor ou menos potente? Não. É maior e mais potente. Mas não maior em tudo – o Song Plus é mais largo e tem rodas maiores. Talvez essa falta de lógica ocidental seja um dos motivos do sucesso dos carros chineses.
O Song Pro tem duas versões: GL de R$ 189.800 e GS de R$ 199.800. O Song Plus custa R$ 239.800. Nosso review foi feito com o Song Pro GS, topo da linha, mas que não é tão sofisticado como o Song Plus. Faltam equipamentos como frenagem automática de emergência, assistentes de faixa, colisão e tráfego, piloto automático adaptativo e teto solar, por exemplo.
Em relação ao sofisticado Song Plus, o BYD Song Pro é mais comprido (4,738 m) e mais alto (1,710 m), porém é menos largo (1,860 m) e seu entre-eixos é menor (2,712 m). As rodas do Song Pro têm 18” (pneus 225/60), enquanto o Song Plus tem rodas de 19” e pneus 235/50.
Mas, afinal, o carro é bom? Sim. Muito. O Song Pro é um híbrido plug-in com incrível capacidade de regeneração de energia na bateria de 18 kWh de capacidade. Durante a utilização do carro, só carregamos uma vez. E mesmo rodando boa parte do tempo no modo EV (100% elétrico), sobrou energia na bateria e gasolina no tanque.
Utilizando sempre o modo HEV (híbrido), o BYD Song Pro é capaz de fazer médias de 20 km/l, na velocidade das vias. Com um tanque de 52 litros, seu alcance chega a 1.020 km. Oficialmente (PBEV), ele faz facilmente 15,2 km/l na cidade e 13,2 km/l na estrada com alcance de 790 km (urbano) ou 686 km (rodoviário).
A potência de 235 cv, junto com o torque combinado de 421 Nm, garante aceleração de 0 a 100 melhor do que a do Song Plus – ele faz em 7,9 segundos contra 8,5 do irmão mais sofisticado. A combinação vem de um motor 1.5 aspirado de 98 cv com um motor elétrico de 145 kW (197 cv).
A autonomia elétrica do Song Pro é de 68 km (PBEV) nessa versão GS, mas de apenas 57 km na versão GL porque sua bateria é menor, tem apenas 13 kWh de capacidade.
O rodar é suave como o de outros BYD, com bom comportamento direcional, até um pouco mais firme do que já vimos em outros modelos da marca. Gostamos muito da posição de dirigir, da visualização dos instrumentos e da vida a bordo.
Um detalhe interessante: é preciso deixar o farol no modo automático para que a tela multimídia tenha o melhor brilho. A BYD resolveu de forma criativa a ausência de botões do ar-condicionado. Para aumentar ou reduzir a temperatura ambiente, basta tocar a tela com três dedos e movimentar para cima ou para baixo. Para reduzir ou aumentar o ventilador, é preciso tocar a tela com três dedos e deslizar para os lados.
A altura do solo é menor do que a Song Plus: 156 mm para o Pro e 180 mm para o Plus. O porta-malas também é menor (520 litros contra 574). Ele é mais leve (1.700 kg contra 1.790) e – melhor de tudo – custa na faixa do Toyota Corolla Hybrid.
Gostamos demais da experiência com o BYD Song Pro. E o fato de ele ser um híbrido plug-in, com bom alcance puramente elétrico, o coloca numa posição de vantagem competitiva perante o Corolla Hybrid, que não é plugável e tem cerca de 100 cavalos a menos. O BYD Song Pro GS é uma ótima compra.
