Review: Haval H6 PHEV19 é o carro mais racional da GWM Brasil
SUV chinês tem proposta perfeita nesta versão que alia um sistema híbrido plug-in mais acessível com um motor elétrico e tração dianteira
Rodamos uma semana na cidade e na estrada com o novo Haval H6 PHEV19, o híbrido plug-in de entrada da GWM, com tração 4x2 (dianteira). Foi suficiente para perceber que este é o carro mais racional da GWM Brasil, que acertou em cheio ao trazê-lo com preço entre o H6 HEV2 (híbrido convencional) e o H6 PHEV34 (híbrido plug-in 4x4).
Por que? São muitos motivos: preço, potência, consumo, praticidade e custo-benefício. Começando pelo preço, o novo Haval H6 PHEV19 custa R$ 239.000 – portanto é R$ 23.000 mais caro do que o H6 híbrido não plugável e R$ 42.000 mais barato do que o H6 PHEV 34 com tração 4x4.
Para quem queria um SUV híbrido plug-in da GWM mas ainda achava o preço de R$ 281.000 salgado, o Haval H6 PHEV19 facilitou a compra. Da mesma forma, para quem não se sentiu atraído pelo H6 (com tecnologia similar à do Toyota Corolla Cross Hybrid), a nova versão representa um grande ganho de tecnologia e sem acréscimo de preço exagerado.
Quanto à potência, tanto o H6 HEV2 não plugável quanto o H6 PHEV19 plug-in, utilizam os mesmos motores. Aliás, todos os Haval H6 (inclusive o GT) partem da mesma configuração: um motor a combustão 1.5 turbo a gasolina de 150 cv e um motor elétrico de 177 cv (130 kW), ambos dianteiros.
O que muda no PHEV34 e no GT é o motor elétrico traseiro, que acrescenta mais 184 cv (135 kW) de potência ao conjunto propulsor, no eixo traseiro, transformando o SUV num 4x4. Nas duas versões de tração dianteira (H2 e PHEV19) a potência combinada é de 326 cv; nas duas de tração 4x4 (PHEV34 e GT) a potência combinada é de 393 cv.
São 67 cv a menos no total sem o motor elétrico traseiro, mas ainda assim sobram 326 cv de potência. É mais do que suficiente para andar rápido na cidade e na estrada. Na real, você não precisa ir de 0 a 100 km/h em 4,9 segundos a bordo de um SUV; e tem ótimo desempenho fazendo essa aceleração em 7,6 segundos (número próximo ao de um Porsche Macan).
Para além disso, o novo Haval H6 PHEV19 é um carro muito versátil. Na prática, é como se você tivesse três carros: um completo de 326 cv, um elétrico de 177 cv ou um a combustão de 150 cv. As possibilidades de uso são ótimas e o segredo está no tamanho da bateria.
PHEV19 significa que este é um híbrido plug-in com bateria de 19 kWh. Bem menos do que os 34 kWh do PHEV34, mas também mais leve, mais barata, mais rápida para carregar e ainda assim muito útil. Durante toda nossa utilização com o carro, nem sequer usamos um carregador, mas a bateria nunca chegou a zero, pois o sistema a manteve pelo menos em 10% de carga.
Com energia na bateria, o Haval H6 PHEV19 consegue fazer até 36,2 km/l na cidade e 31,1 km/l na estrada no modo HEV (segundo o PBEV do Inmetro). Na prática, combinando cidade e estrada, fizemos 18,5 km/l. Usando só o motor elétrico, no modo EV, é possível rodar 77 km na cidade sem emitir um único grama de CO2 na surrada atmosfera de nosso planeta.
Mas, atenção: no caso de acabar a energia, rodando só com o motor 1.5 turbo, ele faz apenas 11,7 km/l na cidade e 10,4 km/l na estrada. Essa queda de rendimento ocorre em todos os modelos PHEV do mundo. Portanto, nunca use um híbrido plug-in sem carga na bateria (a menos, claro, que seja uma emergência).
Mesmo assim, a vantagem do H6 PHEV19 sobre o H6 HEV2 é nítida. Com uma pequena bateria de apenas 1,6 kWh, o híbrido convencional praticamente não roda no modo EV e nem sequer é muito econômico: faz 13,8 km/l na cidade e 12,0 na estrada. Anda bem, mas “bebe” muito.
Na comparação com o PHEV34, o novo PHEV19 perde 36 kg de alcance elétrico, porém é mais econômico devido à potência mais comedida (que ainda assim é muito boa, vale ressaltar mais uma vez). O novo PHEV19 tem potência de recarga de 6 kW em carregador lento (AC) e de 33 kW em carregador rápido (DC).
Em termos de equipamentos, o novo Haval H6 PHEV19 é exatamente igual ao H6 HEV2 de entrada e ao H6 PHEV34 (exceto que este tem tração nas quatro rodas). A transmissão é automática de duas velocidades. A suspensão é independente nas quatro rodas, embora tenha um ajuste excessivamente macio para o gosto deste repórter. Os freios são a disco nas quatro rodas, bem eficientes.
O novo Haval H6 híbrido plug-in também trouxe o novo visual do modelo para o Brasil, com um painel de instrumentos pequeno e minimalista, porém bem funcional e fácil de ler. O alcance (importantíssimo em carros eletrificados) está sempre visível na tabela. No próprio volante de direção há um botão para configurar o carro no modo Eco, Normal ou Sport.
Para mudar do modo HEV (híbrido) para o EV (elétrico), e vice-versa, é preciso abrir o display central; da mesma forma para controlar o ar-condicionado, que consideramos o ponto fraco desse carro. Embora tenha comando de voz, ele é muito lento no caso de mudanças bruscas de temperatura, como enfrentamos nos dias da avaliação. Um pequeno tormento.
A posição de dirigir do Haval H6 não é a melhor do mundo. Este é um carro chinês que ainda deve melhoras em ergonomia, um ponto no qual os modelos da BYD são muito superiores. Não chega a provocar cansaço em viagens, mas está longe de provocar no motorista a sensação de que está “vestindo” o carro.
Nesse aspecto, carros nacionalizados como o Toyota Corolla Cross e o Jeep Compass são melhores.
O Haval H6 também é bonito, alto, espaçoso e tem um porta-malas enorme, de 560 litros. Mas não tem estepe. Em caso de furo num pneu, é preciso usar o kit de reparo. Os pneus são bem adequados e colaboraram para o conforto: 235/55 R19. O vão livre é de 182 mm, o que é quase um padrão para os SUVs modernos.
A multimídia também é muito boa e o SUV chinês está muito bem servido de equipamentos de segurança, como seis airbags e vários sistemas de ajuda ao motorista, como a permanência em faixa, a câmera 360 graus e a frenagem de emergência. É interessante ver no painel a figura dos carros, caminhões ou motos circulando à frente ou nas faixas laterais.
Depois de uma semana com o Haval H6 PHEV19, não resta dúvidas de que este é o carro mais racional da GWM Brasil. Pode não ser tão rápido como o PHEV34, tão agressivo como o GT ou tão charmoso como o Ora 03 elétrico, mas é um híbrido plug-in com ótimo custo-benefício.