Review: Honda City Hatchback é um carro maduro, e cada vez melhor
Rodamos durante uma semana com o Honda City Hatchback 2025, que melhorou suas funcionalidades para se manter em patamar superior
Lançado há apenas dois anos e meio no mercado brasileiro, o Honda City Hatchback já é um carro maduro. Não é um campeão de vendas no segmento mais popular do mercado, mas isso é por questão de posicionamento. A Honda não quer que o City Hatchback dispute espaço com os demais modelos da categoria.
O City Hatchback 2025 ganhou algumas melhorias que o deixaram mais “moderno”. O principal deles foi o freio de estacionamento eletrônico, que eliminou a feiosa alavanca que remete aos carros dos anos 70 do século passado. Junto veio o Brake Hold, que facilita a vida do motorista.
Essa mudança provocou uma remodelação do painel de instrumentos e a multimídia agora tem conexão Android Auto e Apple CarPlay sem cabo. A tela de 8 polegadas também ficou com resolução melhor. Outro detalhe, que nenhum carro da categoria tem: os freios são a disco nas quatro rodas.
Bem, na verdade o Volkswagen Polo GTS 1.4 turbo têm freios a disco na traseira. Mas é a exceção da linha Polo, uma versão com pretensões esportivas, enquanto o Honda City Hatchback oferece esse item em toda a sua linha, que tem uma proposta bem pacata.
Nem poderia ser diferente, afinal o motor 1.5 aspirado flex de 126 cv de potência e 152 Nm de torque tem proposta de economia e não de desempenho. Tanto que o City Hatchback, com gasolina, faz 15 km/l na estrada e 13,2 km/l na cidade. Números melhores do que os do Polo Highline 1.0 turbo de 116 cv e 165 Nm, que faz 14,6 km/l na estrada e 12,3 km/l na cidade.
Os dois carros têm praticamente a mesma aceleração, em torno de 10 segundos e meio. O City tem a mesma potência com gasolina ou etanol; o Polo 170 TSI tem 116 cv com etanol e 109 cv com gasolina. Mas, como já dissemos, esses carros não são concorrentes diretos.
O Honda City Hatchback mede 4,34 metros de comprimento. Faz sentido a Honda cobrar mais por ele. Sua distância entre-eixos é a mais generosa da categoria, com 2,60 metros. Vale a pena lembrar que o City Hatchback chegou para substituir o celebrado Honda Fit.
Parece que faz bem o seu papel, embora nunca tenha “bombado” nas vendas. Enquanto a maioria dos hatches tem vendas superiores a 60 mil unidades no ano, o máximo que o Honda City Hatchback conseguiu foram 16.101 unidades em seu ano de estreia, 2022. No ano passado caiu e obteve apenas 10.802 registros.
Em 2024 está melhor, com 12.144 unidades até o momento. Seu melhor mês este ano foi julho, com 1.590 vendas. O melhor mês de sua história foi março de 2022, com 1.933 emplacamentos. Era uma novidade. Não vende mais porque o preço é salgado para os consumidores brasileiros.
Mas também por causa disso, o Honda City Hatchback carrega uma certa aura de exclusividade. Na linha 2025 a Honda adotou acabamento em Black Piano acima da grade frontal para dar um toque de esportividade. Nem precisava. O City Hatchback conquista por ser um carro sóbrio, espaçoso, elegante e muito funcional.
A posição de dirigir é ótima, os comandos são perfeitos, os bancos acomodam bem, há espaço suficiente na frente e atrás e a percepção de acabamento superior não é apenas uma ilusão; faz parte da realidade. O City Hatchback é um carro bem construído e bastante confiável, também com seis airbags em todas as versões.
O comportamento direcional do City Hatcback é ótimo. Trata-se de um carro que está sempre “na mão” do motorista. Ele é baixo e razoavelmente largo, de forma que não tem muita rolagem de carroceria nas curvas. Os pneus poderiam ser mais largos (têm medidas 185/55 R16). O câmbio CVT de 7 marchas é monótono, apesar das aletas para trocas manuais.
Câmbio CVT nunca entregará emoção, mas as montadoras tentam disfarçar a monotonia. De qualquer forma, o cliente do City Hatchback não vai se incomodar com isso. O carro tem um rodar suave tanto na estrada quanto na cidade. Só é preciso tomar cuidado para não raspar a frente em algumas valetas, pois o balanço dianteiro é longo.
A câmera de ré também ganhou melhorias, e passa a equipar todas as versões do City Hatchback a partir da versão EX. As versões EX, EXL e Touring têm ainda entradas USB para carregamento de energia: duas do tipo A no painel dianteiro e duas do tipo C para os passageiros do banco de trás.
Outro item de destaque é o LaneWatch, disponível na versão Touring do New City Hatchback. O painel conta com quadro de instrumentos com tela TFT de 4,2 polegadas colorida – nas versões EXL e Touring, a tela TFT é de 7”. Também há saídas de ar traseiras e ar-condicionado digital de duas zonas, este exclusivo da versão Touring.
O pacote Honda Sensing ganhou a nova função Low Speed Follow ao ACC, e passou a equipar todos os modelos a partir da versão EX. O pacote traz tecnologias como ACC, frenagem autônoma de emergência, manutenção, alerta e centralização de faixas, alerta de saída de faixa e farol alto/baixo adaptativo.
Considerando tudo isso, o Honda City Hatchback só merece elogios. O carro já nasceu bom, por isso não é difícil aprimorá-lo; e a Hodna tem feito isso, como demonstra a linha 2025.
A versão avaliada foi a Touring, topo de linha, que custa R$ 141.400. Se acha caro, vale e pena fazer um test drive nas outras versões, pois até a de entrada é boa.
O City Hatchback LX custa R$ 117.500, preço do VW Polo Comfortline (R$ 117.690). O City Hatchback EX sai por R$ 125.000, um pouco mais caro do que o Polo Highline (R$ 124.390). Já o City Hatchback EXL custa R$ 133.200 e tem o melhor custo-benefício. O City Hatchback Touring, de R$ 141.400, é bem mais em conta do que o Polo GTS (R$ 158.590).