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Review: Jeep Commander Blackhawk é uma ousadia contra a Toyota

Com 48 cavalos a mais e custando R$ 126 mil a menos, o Jeep Commander Blackhawk desafia o Toyota SW4 GR-Sport

28 jun 2024 - 16h31
(atualizado às 18h23)
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Jeep Commander 2025 Blackhawk 2.0 AT9 4x4
Jeep Commander 2025 Blackhawk 2.0 AT9 4x4
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

Rodamos uma semana com o Jeep Commander Blackhawk, que já havíamos avaliado em Punta del Este, no Uruguai, e saímos com a certeza de que muitos não fazem a pergunta correta quando se deparam com este SUV de 7 lugares que custa R$ 321.290.

Bonito ele é. Grande, esguio e imponente, ele impressiona pelos detalhes em preto, especialmente a grade dianteira e as belas rodas aro 19. A proposta é ser o mais esportivo possível dentro do segmento off-road premium. Por isso, detalhes como a dupla ponteira de escapamento e as pinças de freio vermelhas são perfeitos.

Mas, a pergunta que se faz é: “Por que vou comprar um Commander de 321 mil reais se eu posso ter quase o mesmo carro por 240 mil, numa versão muito mais racional, que é a Limited de 185 cavalos?” Certo?

Jeep Commander 2025 Blackhawk 2.0 AT9 4x4
Jeep Commander 2025 Blackhawk 2.0 AT9 4x4
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

Errado. A pergunta correta é: “Por que vou pagar 447.590 reais num Toyota SW4 GR-Sport se posso economizar 126 mil e levar um Commander Blackhawk que também é esportivo, mais moderno e mais potente?”

É isso. O Toyota SW4 GR-S é a razão de existir do novíssimo Commander Blackhawk. É uma ousadia da Jeep contra a Toyota. Mesmo em relação ao SW4 Platinum, versão de entrada com 7 lugares, o Jeep Commander Blackhawk consegue ser “em conta”, custando 65 mil reais a menos.

A Stellantis, dona da Jeep (e da Fiat, Ram, Citroën e Peugeot), ocupa todos os espaços possíveis no mercado brasileiro. O Commander Blackhawk chegou como a opção esportiva para esse nicho. Ok, claro que haverá quem ame o fato de o SW4 ser um “SUV raiz”, com carroceria sobre chassi. Por isso o Toyota é caríssimo.

Jeep Commander 2025 Blackhawk 2.0 AT9 4x4
Jeep Commander 2025 Blackhawk 2.0 AT9 4x4
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

Mas, para quem pensa racionalmente, o Jeep Commander Blackhawk é mais negócio. Na hora de fazer curvas, ele tem suspensão traseira independente e carroceria monobloco. O SW4, além da carroceria fixada sobre um chassi, tem suspensão traseira por eixo rígido. Não dá para comparar, a menos que a proposta seja fazer um off-road muito radical, nesse caso a favor do Toyota.

Na comparação entre os dois SUVs esportivos de 7 lugares, um ganha em alguns detalhes, outro ganha em outros. Há ainda um perde-e-ganha em pontos cruciais, como potência, torque e consumo. Mas, no geral, o Commander é muito mais moderno.

Com 4.679 mm, o Jeep Commander é 26 mm menor. Porém, seu entre-eixos de 2.794 mm é 49 mm maior. Ele é ligeiramente mais largo em 4 mm com seus 1.859 mm e 112 mm mais baixo com seus 1.723 mm. O Commander tem 202 mm de vão livre do solo e perde feio para o SW4 nesse item, pois o “SUV raiz” tem 279 mm. Resumo: o Toyota é mais off-road, o Jeep é mais equilibrado e mais estável.

Jeep Commander 2025 Blackhawk 2.0 AT9 4x4
Jeep Commander 2025 Blackhawk 2.0 AT9 4x4
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

Ainda em termos de espaço, o Commander tem 661 litros de porta-malas configurado para 5 lugares e 233 litros para 7 lugares. O SW4 tem 500 litros com 5 lugares e 180 litros com 7 lugares. Em compensação, tem estepe na medida normal dos pneus (265/60 R18) e os do Jeep são bem finos (45/70 R17), enquanto os pneus são 235/50 R19.

Potência ou consumo? Qual deles privilegiar? O Jeep Commander é mais indicado para quem privilegia o desempenho, pois tem 272 cv no motor 2.0 turbo a gasolina. São 48 cavalos a mais do que o Toyota SW4 GR-S oferece no seu motor 2.8 turbo diesel de 224 cv.

O torque do Commander Blackhawk é ótimo, são 400 Nm, mas o torque do SW4 é excelente, com 539 Nm. Fica claro que o Toyota tem sua “raiz” na picape Hilux, que precisa de muita força, além do fato de pesar quase 2,2 toneladas (contra 1,9 ton do desafiante). Mesmo com câmbio automático de 9 marchas, o Jeep Commander Blackhawk “bebe” mais combustível do que o rival japonês (fabricado na Argentina), que tem câmbio automático de 6 marchas.

Jeep Commander 2025 Blackhawk 2.0 AT9 4x4
Jeep Commander 2025 Blackhawk 2.0 AT9 4x4
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

O Jeep Commander Blackhawk, com seu poderoso motor Hurricane 4, faz apenas 8 km/l de gasolina na cidade e 10,2 na estrada. O Toyota SW4 GR-S 2.8 faz 9,7 km/l de diesel na cidade e 11 na estrada. Atualmente, o diesel custa o mesmo valor ou é até mais caro do que a gasolina.

O novo Commander Blackhawk brilha na hora que você senta na posição de dirigir e arranca com ele. Dá um banho na aceleração de 0 a 100 (faz 7 segundos contra 11s8), atinge maior velocidade (220 km/h contra 180) e, de fato, entrega prazer ao dirigir na estrada, proporcionando ultrapassagens seguras e bom comportamento direcional.

Na cidade o Commander Blackhawk também é muito melhor em termos de conforto de rodagem, tanto por causa da carroceria monobloco e da suspensão quanto pela modernidade da multimídia e dos itens de segurança, conveniência e conectividade.

Jeep Commander 2025 Blackhawk 2.0 AT9 4x4
Jeep Commander 2025 Blackhawk 2.0 AT9 4x4
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

Considerando todas essas características dos dois carros, podemos afirmar que o Jeep Commander Blackhawk, mesmo com o salgadíssimo preço de R$ 321.290, tem sim um bom posicionamento. Mas, por ser fabricado em Goiana (PE), com fortes subsídios, poderia custar menos.

Então o Toyota SW4 GR-S é um carro ruim? Não. Dentro de sua proposta, o “SUV raiz” enfrenta a supermodernidade com dignidade, sempre ganhando equipamentos que o fazem ficar mais seguro e mais conectado. Já o preço de R$ 447.590 é mesmo só para clientes muito aficionados.

Guia do Carro
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