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Review: Volkswagen T-Cross 250 TSI é o Senhor Perfeito dos SUVs

Rodamos durante 10 dias com o novo VW T-Cross Highline, único da linha que usa motor 1.4 turbo; veja os pontos altos e baixos

20 ago 2024 - 19h11
(atualizado às 22h43)
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Volkswagen T-Cross Highline 250 TSI
Volkswagen T-Cross Highline 250 TSI
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

O Volkswagen T-Cross não é o SUV mais vendido do Brasil por acaso. Dentro de sua categoria, o T-Cross Highline é uma espécie de Senhor Perfeito, ou Mister Right, se você preferir o tema em inglês, que significa “o homem perfeito para uma esposa”. No caso, o T-Cross 250 TSI, é o SUV perfeito para combinar uso urbano, viagens, potência e consumo.

Rodamos 10 dias com o VW T-Cross Highline, único da linha que usa o motor 1.4 turbo de 150 cv de potência e 250 Nm de torque com transmissão automática de 6 velocidades. Barato não é. O T-Cross Highline custa R$ 179.990 e este nem é o seu preço máximo.

Volkswagen T-Cross Highline 250 TSI
Volkswagen T-Cross Highline 250 TSI
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

Um T-Cross “Senhor Perfeito” Highline como este que avaliamos, com o Pacote Dark e a combinação Cinza Ascot com Preto Ninja, sobe para R$ 181.740 (+ R$ 1.750). A cor Preto Ninja sozinha é a única que não tem custo. Se acrescentar o Pacote Dark (R$ 2.260), o preço vai para R$ 184.400.

Com as mudanças que teve no facelift de maio/junho, o T-Cross ficou mais tecnológico e mais seguro. Porém, o Pacote Adas (com Park Assist e Lane Assist) custa R$ 3.570. Com tudo isso, o T-Cross Highline já chega a R$ 187.970. Completo, acrescentando o teto panorâmico do Pacote Sky View (R$ 7.350), o VW T-Cross Highline sai por R$ 191.930.

Não digo que o T-Cross 1.0 turbo seja ruim, pelo contrário, é muito bom, mas já não tem características exclusivas como o T-Cross 1.4 turbo, o Senhor Perfeito. Mas, afinal, são apenas os equipamentos (de série e opcionais) que fazem a diferença? Não.

Volkswagen T-Cross Highline 250 TSI
Volkswagen T-Cross Highline 250 TSI
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

O Volkswagen T-Cross 250 TSI é um carro muito bem acertado. Se você há muitos anos não dirige um VW, pode até estranhar. Ele não tem mais a suspensão tão firme como outrora; ele roda macio, mas ainda assim consegue ter um comportamento dinâmico muito bom, mesmo com suspensão traseira por eixo de torção. Os pneus largos (205/55 R17) ajudam na estabilidade. 

É um SUV confiável, que acelera bem, faz curvas sem muita rolagem da carroceria, freia bem e oferece uma vida a bordo agradável. O tamanho compacto do SUV fabricado em São José dos Pinhais (PR) dá a ele bastante versatilidade no uso cotidiano. Tem 4,22 m de comprimento e 2,65 m de entre-eixos. Se fosse um pouco mais largo (1,76 m) levaria três adultos atrás. De altura tem 1,575 m.

Volkswagen T-Cross Highline 250 TSI
Volkswagen T-Cross Highline 250 TSI
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

O motor entrega 150 cv com gasolina ou etanol a 4.500 rpm. O torque também é o mesmo no abastecimento flex, bons 250 Nm já a partir de 1.500 rpm. Portanto, ele tem vigor nas arrancadas e consegue ser econômico na maioria das utilizações. Acelera de 0 a 100 em apenas 8,6 segundos (ótimo número para a categoria) e atinge 202 km/h de velocidade máxima.

O consumo com gasolina é bom. O T-Cross 1.4 turbo faz 14 km/l na estrada e 11,7 na cidade. Com etanol faz 9,8 km/l na estrada e 8,1 na cidade. Pode não ser brilhante, mas estamos falando de um motor 1.4 de 150 cavalos. Desempenho tem seu preço, pois a engenharia de uma montadora não faz milagres.

Sua relação peso/potência também é muito boa: 8,7 kg/cv. Só para comparar, o Chevrolet Tracker 1.2 turbo, de 133 cv, tem uma relação peso/potência pior: 9,6 kg/cv. O T-Cross 1.4 turbo ganha nesse quesito até do Hyundai Creta 2.0, que tem 167 cv de potência e relação de 10 kg/cv.

Volkswagen T-Cross Highline 250 TSI
Volkswagen T-Cross Highline 250 TSI
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

Durante nossa ultilização, a frenagem autônoma de emergência (item de série) entrou em ação uma vez. Bastou um segundo de distração da minha parte, olhando para o lado, quando o carro da frente parou bruscamente quando os dois carros estavam acelerando. Mas o T-Cross parou imediatamente para evitar a batida por trás. O T-Cross Highline é caro, mas pelo menos esse sistema de freios AEB está incluído no preço.

A beleza do T-Cross é discreta. A bem da verdade, ele não está entre os SUVs mais admirados por sua beleza. Frisos e adereços da versão Highline o deixam muito mais bonito do que as versões de entrada. A mudança no design frontal só foi necessária para justificar uma mudança (paradigma do capitalismo), pois deixou o VW T-Cross um pouco parecido com o Fiat Pulse.

Por dentro, sim, o carro melhorou bastante. Mas, infelizmente, o Senhor Perfeito não é de todo perfeito. A ausência de botões para o áudio e o ar-condicionado é daquelas ideias que só servem para a montadora, que economiza em peças. Também é chocante perceber que um carro que custa mais de R$ 190 mil não tem uma simples alça de segurança acima das portas. Faz falta para quem não está dirigindo.

Volkswagen T-Cross Highline 250 TSI
Volkswagen T-Cross Highline 250 TSI
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

Ainda na parte de dentro, a multimídia (que é ótima) poderia privar o motorista de responder a mesma pergunta cada vez que entra no carro: se quer conectar. É lógico que a gente quer. E se precisar mudar a gente avisa, ué. Do lado de fora, a abertura da tampa do porta-malas é pouco prática e a tampa em si é bastante pesada.

O bagageiro comporta 373 litros, o que é condizente com a categoria. Está entre os 300 litros do Polo (hatch) e os 521 litros do Virtus (sedã). Perde também para os 415 litros do Nivus (SUV cupê). Uma vantagem clara do T-Cross perante seus irmãos da plataforma MQB é a distância do solo: bons 190 mm (igual ao Creta e muito mais do que os 157 mm do Tracker).

A lista de equipamentos de série do T-Cross Highline inclui 6 airbags, câmera de ré, sensor de estacionamento traseiro, assistente de partida em subida, faróis com regulagem de altura, vetorização de torque, controle de tração, ar-condicionado automático, aletas para trocas de marcha manuais, bancos de couro, piloto automático adaptativo, direção elétrica, start-stop, frenagem autônoma de emergência e outros itens. 

Volkswagen T-Cross Highline 250 TSI
Volkswagen T-Cross Highline 250 TSI
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

Todos esses atributos de Senhor Perfeito fazem deste Volkswagen um SUV prático, que raramente vai provocar uma dor de cabeça no usuário. 

Histórico e preços do T-Cross

Parece mentira, mas o Volkswagen T-Cross levou uma “eternidade” para estrear no mercado de SUVs. Ele foi lançado em Fevereiro 2019 e já em Maio 2019 atingiu a marca de 3 mil vendas/mês. Foi crescendo e terminou o ano vendendo 6,6 mil e com um total de 37 mil, o que lhe deu o 5º lugar no ranking da categoria.

Já em 2020, em plena pandemia, ele chegou ao 1º lugar no segmento SUV com 60 mil vendas, mostrando a força da marca VW. Em 2021 caiu para 3º e fechou o ano com 62,3 mil emplacamentos. Depois foi vice-campeão em 2022 com 65,2 mil e novamente campeão em 2023 com 72,4 mil vendas.

Volkswagen T-Cross Highline 250 TSI
Volkswagen T-Cross Highline 250 TSI
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

Atualmente o Volkswagen T-Cross lidera a corrida de vendas de SUVs com 39,7 mil unidades (até Julho). Em Agosto 2024, perdeu para o Chevrolet Tracker na primeira quinzena, mas foi o primeiro carro a romper a marca de 40 mil vendas, trazendo junto com ele o Hyundai Creta.

O grande volume do T-Cross, entretanto, vem das versões 1.0 de 128 cv, que são mais em conta, porém não exatamente baratas – o que torna o modelo um dos produtos mais rentáveis para a Volks aqui no Brasil. Toda a linha utiliza câmbio automático de 6 marchas. Veja os preços abaixo.

  • T-Cross Sense 200 TSI - R$ 119.890 (PCD)
  • T-Cross 200 TSI - R$ 145.990
  • T-Cross Comfortline 200 TSI - R$ 163.990
  • T-Cross Highline 250 TSI - R$ 179.990
Volkswagen T-Cross Highline 250 TSI
Volkswagen T-Cross Highline 250 TSI
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

Apesar do sucesso tardio (mas consistente), o T-Cross tem um futuro desafiador. Os consumidores passarão a exigir mais do SUV compacto da Volkswagen, pois já há carros chineses elétricos e híbridos em sua faixa de preços. Senhor Perfeito, ou Mister Right, terá que avançar rumo à eletrificação. Seu sucesso vai depender de quão convincente for o híbrido flex que está sendo desenvolvido pela Volkswagen do Brasil.

Guia do Carro
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