Detroit: cidade "fantasma" renova esperanças

Além de apresentar suas novidades, Ford, General Motors e Chrysler (chamadas de "as três grandes de Detroit") tiveram a preocupação de renovar as esperanças dos moradores da cidade, com promessas de abertura de empregos e aumento da produção durante o salão

A região metropolitana de Detroit já foi o maior pólo de produção de Ford, GM e Chrysler. O auge foi na década de 1950, quando a população da cidade ficou próxima de 2 milhões

O número de habitantes caiu pela metade, para 713 mil em 2010, segundo o último censo divulgado

No sentido contrário, o desemprego na cidade cresceu e chegou a 16% em 2009, ante 4,5% em 2001

O êxodo deixou marcas no centro da cidade: arranha-céus seguem imponentes ao lado de terrenos vazios e prédios abandonados

Na última semana cerca de 5 mil jornalistas de 55 países chegaram a Detroit para a cobertura o salão do automóvel. A recepção foi amistosa, e o pavilhão do evento abrigou todos com conforto. Mas bastava sair para a rua em busca de um táxi para ver que a cidade ainda sofre com a decadência econômica: pedintes, prédios abandonados, escritórios para alugar e pouca movimentação nas lojas de rua

O declínio da produção automobilística na região derrubou o trabalho industrial na cidade, de 351 mil empregados em 1991 para 198 mil em 2011 - uma queda de 43%

O transporte público é escasso no berço da indústria automobilística

A situação se agravou no final de 2008, quando a crise de crédito abalou a economia global

GM e Chrysler foram obrigadas a pedir ajuda financeira ao governo americano para não entrar em concordata

Ford e Chrysler firmaram compromisso de abrir novas vagas de trabalho na região de Detroit durante o salão do automóvel

Ao lado do pavilhão de exposições, fica o Renaissance Center, que já marcou a tentativa de "renascer" da cidade quando foi construído em 1977, e atualmente é a sede global da General Motors

O prédio de 73 andares é cercado por outras seis torres menores e parece ser um "oásis" no meio da decadência de Detroit

Desde 1996 quando comprou o prédio, a GM promove um projeto de revitalização, do interior e exterior, que já custou cerca de US$ 500 milhões

O prédio já foi usado como locação para filmagens diversas vezes, mais recentemente de Gigantes de aço, com o ator Hugh Jackman

Prédio tem restaurante no 72º andar, com vista para a cidade