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Genebra: montadoras temem desaceleração no Brasil e Rússia

Vendas aumentaram na Alemanha, na Itália e na Espanha, embora tenham caído na França. Mas alguns mercados emergentes, como Brasil e Rússia, mostraram redução na procura

4 mar 2014 - 14h10
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Renault apresentou nesta terça-feira o novo Twingo, em Genebra
Foto: AFP

A montadora francesa Renault reduziu sua projeção de crescimento no mercado global para este ano, dando sinal de que a indústria está ficando cada vez mais preocupada com a volatilidade dos mercados emergentes, mesmo com um aumento recente na demanda europeia. Jérôme Stoll, chefe de vendas da Renault, disse nesta terça-feira, na Feira do Automóvel de Genebra, que o grupo espera que as vendas globais aumentem pouco menos que os dois por cento de sua previsão anterior.

"Embora a Europa mostre alguns sinais de recuperação, ao mesmo tempo estamos vendo alguns ventos contrários dos mercados emergentes", afirmou, citando demanda menor que a esperada em Rússia, Argentina, Turquia e Argélia em particular. Após seis anos de queda nas vendas, o mercado automoblístico europeu finalmente dá sinais de recuperação, já que mesmo os países mais atingidos pela crise da dívida soberana já saem da recessão.

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Dados da indústria da segunda-feira mostram que as vendas aumentaram na Alemanha, na Itália e na Espanha, embora tenham caído na França. Mas alguns mercados emergentes, como Brasil e Rússia, mostraram redução na procura, e os executivos temem que o mais recente surto de volatilidade, desencadeado pela intervenção militar russa na Ucrânia, leve a um enfraquecimento ainda maior.

"Alguns países viram suas moedas se desvalorizarem 20%, 30% ou 35%. Isso sempre tem consequências… muito fortes, se você não produz localmente", disse Christian Klingler, chefe de vendas da Volkswagen, maior montadora europeia, à Reuters. "Somos um grande parceiro comercial da Rússia e estamos olhando para ela e a Ucrânia com preocupação", acrescentou Martin Winterkorn, executivo-chefe da Volkswagen.

Entretanto, os executivos permanecem majoritariamente otimistas com as perspectivas globais da indústria automoblística, apontando a força crescente da demanda na China, o maior mercado de carros do mundo, e a recuperação dos Estados Unidos. "É uma questão de décimos de ponto percentual", disse Stoll sobre o corte nas projeções de crescimento da Renault.

Stoll afirmou ainda estar confiante na recuperação do mercado francês, apesar da queda nas vendas em fevereiro, e acrescentou que a força da recuperação em países anteriormente atingidos pela crise, como Itália, Portugal e Espanha, foi "uma boa surpresa".

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