Além das supermáquinas das principais montadoras globais, o Salão Duas Rodas exibe veículos que não têm apenas duas rodas. Estes modelos têm a “cara” do dono, seja com caveiras, dragões, águias ou ratos, e chegam a custar até R$ 180 mil – preço que daria para comprar seis Harley-Davidson 883 Roadster, por exemplo.
Direto de Balneário Camboriú (SC), o engenheiro Ildomar Barden leva ao evento que ocorre até 13 de outubro, em São Paulo, cinco motocicletas de clientes modificadas por ele mesmo e pela equipe da Apocalypse Cycles. As máquinas são na base modelos da Harley-Davidson, mas com nova roupagem, e custam em torno de R$ 100 mil, incluindo o valor da motocicleta original.
De acordo com Barden, cada uma leva de 90 a 120 dias para ficar pronta. Enquanto se preocupava com os visitantes que queriam tirar fotos sentados nas motos, ele conta que sua inspiração foi a cultura chopper dos Estados Unidos e seu sonho é ter homologação no Brasil para fabricar suas motocicletas a partir do zero.
O projeto número 1 já está em gestação e deve ficar pronto em 2014, mas ele reclama das dificuldades de conseguir transformar a empresa de customização em uma fabricante. “É muita burocracia”. O primeiro protótipo da Apocalypse Cycles deve custar em torno de R$ 180 mil.
Já o engenheiro mecânico e eletrônico Arthur Francisco Durek constrói os triciclos em sua própria fábrica, que fica na Mooca, em São Paulo. “O processo de construção é todo artesanal. Faço a customização de acordo com o que me pedirem. A frente, a traseira, as cores, enfim, tudo. Normalmente, trabalho com motor do Santana modelo 2000 e câmbio de Porsche. Tenho de fazer um selo mecânico para essa adaptação”, conta.
Ele afirma que o preço dos modelos que ele levou ao salão varia entre R$ 28 mil e R$ 52 mil. “A moto mais cara que já fiz custou R$ 52 mil e está em Santa Catarina”, afirmou.
De acordo com Durek, sua fábrica é regularizada pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). Contudo, ele afirma que encontra dificuldades para a produção devido às normas do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro).
“A maior dificuldade que encontramos é a liberação delas (motos) pelo Inmetro, que realiza uma série de testes como, por exemplo, o peso e os freios. Esses testes custam R$ 500 e a motocicleta tem que passar três vezes pelo instituto antes de ser liberada”, afirma.
Durek ainda diz que, apesar da burocracia, o consumidor pega a motocicleta pronta para sair pelas ruas. “A documentação toda acaba saindo por cerca de R$ 4 mil e o valor vem embutido no preço final da moto. Trabalho com um despachante que já deixa tudo acertado para o cliente se preocupar apenas em rodar com o triciclo”.
Salão Duas Rodas 2013
Datas: de 9 a 13 de outubro
Horários: dias 9, 10, 11 e 12 (das 14h as 22h); 13 (das 11h as 19h)
Ingressos: dias 9, 10 e 11 (R$ 25), dias 12 e 13 (R$ 35) - há descontos para estudantes, crianças, grupos e moto clubes