SP: sindicato ameaça quem for 'furar greve' na Volkswagen
Paralisação, que deve começar nesta quarta-feira, foi aprovada por todos os funcionários da montadora, nesta terça, durante uma assembleia
"A gente não quer receber aqui companheiros furando o movimento. Vai ter ovo!", anunciava um carro de som do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC paulista, nesta terça-feira, no pátio da fábrica da Volkswagen, em São Bernardo do Campo. As promessas são relacionadas à greve dos 13 mil funcionários da montadora, que está marcada para começar nesta quarta-feira.
A paralisação é uma reação à demissão de 800 empregados que aconteceu nesta terça-feira, na montadora localizada na Grande São Paulo. Segundo a Volkswagen, o corte de funcionários representa a "primeira etapa de adequação de efetivo".
O carro de som do sindicato anunciou também que, nesta quarta-feira, "vai ter 'Tereza'" - uma corda cheia de graxa que serve para que os funcionários não possam entrar na fábrica durante as greves, sem que fiquem sujos - e as catracas estarão bloqueadas.
A paralisação foi aprovada por todos os funcionários da montadora, nesta terça, durante uma assembleia. A duração do protesto é por tempo indeterminado.
Mais cedo, a montadora disse em nota que medidas paliativas adotadas desde 2013, como férias coletivas e suspensão temporária dos contratos de trabalho, não foram suficientes diante das expectativas para a indústria automotiva. Por isso, as demissões teriam sido necessárias.
Nesta quarta-feira, o presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Antonio Neto, classificou as demissões como "desrespeito da montadora com os metalúrgicos", em uma nota oficial.
"Conclamamos o governo, a sociedade e, sobretudo, o movimento sindical a dar um basta nesta chantagem", afirmou. No comunicado, Antonio declara também que a CSB apoia a greve dos funcionários da Volkswagen.
No mesmo dia, o sindicato divulgou que a fábrica da Mercedes-Benz, em São Bernardo do Campo, não renovou a licença remunerada e demitiu 244 funcionários no final do ano. A montadora confirmou que houve demissões, mas não confirmou o número de trabalhadores que foram desligados da empresa.