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Tarifas de Trump afetam Ford, GM, Stellantis, Volkswagen, Toyota, Nissan e Honda

Da picape Tacoma ao novo Compass, passando pelas picapes Maverick e Silverado, tarifas de 25% para México e Canadá afetam indústria

2 fev 2025 - 13h27
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Ford Maverick: 131,1 mil unidades enviadas para o mercado estadunidense
Ford Maverick: 131,1 mil unidades enviadas para o mercado estadunidense
Foto: Ford

A indústria automotiva começa a sentir a mão pesada do presidente Donald Trump, dos EUA, na questão das tarifas contra o México e o Canadá. Trump taxou em 25% os produtos fabricados nesses dois países – e são muitos os veículos mexicanos e canadenses vendidos nos Estados Unidos.

Várias são as montadoras afetadas, pois desde 1988 os EUA têm acordo de livre comércio com o Canadá e desde 1994 o México participa desse intercâmbio comercial. Portanto, houve muitos investimentos em fábricas no México e no Canadá, não só de empresas estadunidenses, mas também europeias e japonesas.

Das marcas americanas, Ford, Chevrolet (GM), Ram e Jeep (Stellantis) vão sofrer para manter competitivos modelos como Maverick, Bronco Sport, Mustang Mach-E, Silverado, Ram 2500 e até a nova geração do Compass.

A Ford exportou 131,1 mil picapes Maverick, 94,3 mil Bronco Sport e 51,7 mil Mustang Mach-E para os EUA no ano passado. Ela não tem fábricas nos EUA que possam fazer esses carros. Se tiverem aumento de 25% nos preços, deixarão de ser competitivos.

A GM exporta mais de 650 mil carros por ano do México para os Estados Unidos, entre eles 28,9 mil Chevrolet Equinox EV (2024), 65,5 mil Blazer (2023), 48,3 mil Chevrolet Euinox (2023) e milhares de Chevrolet Silverado, que também tem parte da produção feita no Canadá. É possível que a GM tente realocar a produção da picape Silverado para os EUA.

Chevrolet Equinox EV: produção na fábrica de Ramos Arzipe, no México
Chevrolet Equinox EV: produção na fábrica de Ramos Arzipe, no México
Foto: GM

Mas o Chevrolet Silverado é o sexto carro mais vendido do mundo e uma perda de competitividade (ou de lucro) vai afetar bastante a GM. Do lado da Stellantis, a Ram produz milhares de unidades dos modelos 2500, 3500, 4500 e 5500 na fábrica de Saltillo, no México. A nova geração do Jeep Compass será feita em Ontário, no Canadá. 

A Volkswagen também vai sofrer. A montadora alemã produz em Puebla, no México, cerca de 350 mil unidades dos modelos Jetta, Tiguan e Taos para exportação para os Estados Unidos.  

“Estamos avaliando quaisquer efeitos potenciais na indústria automotiva e em nossa empresa como resultado das tarifas anunciadas”, disse a Volkswagen em comunicado emitido neste domingo, 2, em Berlin. “Estamos contando com negociações construtivas entre os parceiros comerciais para garantir a segurança do planejamento e a estabilidade econômica e evitar um conflito comercial.”

Do lado das montadoras japonesas, só a Toyota exportou 192,8 mil unidades da picape Tacoma para os EUA em 2024. A quarta geração é produzida nas cidades mexicanas de Guanajuato e Tijuana.

Toyota Tacoma: 192,8 mil unidades exportadas para os Estados Unidos
Toyota Tacoma: 192,8 mil unidades exportadas para os Estados Unidos
Foto: Toyota

O Nissan Kicks, produzido em Aguascalientes, no México, vendeu 77,3 mil unidades nos EUA no ano passado. O Honda Prologue, que é feito na fábrica da GM em Ramos Arizpo, também no México, vendeu 33 mil unidades no mercado estadunidense no ano passado. 

Reações da indústria automotiva

Analistas do banco de investimentos Stifel disseram que 65% dos carros que a Volkswagen vende nos Estados Unidos não seriam mais competitivos se impostos fossem adicionados às importações mexicanas, segundo a Reuters. Agência de notícias também ouviu outros representantes da indústria automotiva.

Matt Blunt, presidente do American Automotive Policy Council, que representa Ford, GM e Stellantis: “Continuamos a acreditar que veículos e peças que atendem aos rigorosos requisitos de conteúdo doméstico e regional do USMCA devem ser isentos do aumento de tarifas. Nossas montadoras americanas, que investiram bilhões nos EUA para atender a esses requisitos, não devem ter sua competitividade prejudicada por tarifas que aumentarão o custo de construção de veículos nos Estados Unidos e impedirão o investimento na força de trabalho americana.”

Unifor, maior sindicato do setor privado no Canadá, representando os trabalhadores automotivos das três montadoras de Detroit: “O Canadá deve reagir com força e rapidez enquanto Trump declara guerra econômica aos trabalhadores canadenses.”

Lana Payne, chefe da Unifor, que representa os trabalhadores automotivos canadenses: “Um ataque dessa magnitude, os canadenses exigirão que seu governo responda. Espero que os americanos entendam agora que no Canadá há muita raiva. Deveríamos ser o aliado mais próximo dos Estados Unidos, e as pessoas estão tentando entender por que isso está acontecendo.”

John Bozzella, presidente da Alliance for Automotive Innovation: “O comércio automotivo contínuo na América do Norte é responsável por US$ 300 bilhões em valor econômico. Ele não apenas nos mantém globalmente competitivos, mas também apoia empregos na indústria automobilística, escolha de veículos e acessibilidade de veículos na América. Estamos ansiosos para trabalhar com a administração em soluções que atinjam os objetivos do presidente e preservem uma indústria automobilística saudável e competitiva na América.”

Associação Automotiva Alemã (VDA): “As crescentes tensões geopolíticas e o protecionismo desenfreado continuam a levar as empresas a atender os mercados cada vez mais localmente... Os efeitos exatos dependerão muito da respectiva situação. Mas o fato é: mais cedo ou mais tarde, o isolacionismo só terá perdedores em todos os países!”

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