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Classe A reescreve sua história com beleza e performance

6 abr 2013 - 10h00
(atualizado às 10h00)
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O Classe A tem a missão de ganhar novos clientes (tanto em idade quanto em relacionamento) para a Mercedes-Benz e apagar da memória do brasileiro a lembrança do antigo modelo nacional produzido até 2005. Potencial para isso ele encontra no design moderno e no desempenho esportivo. No entanto, para ter preço mais “acessível” – a partir de R$ 99.900 –, o carro ficou sem sistema de navegação e itens de conforto que não estarão disponíveis nem como opcional.

A tentativa de aproximação com o público jovem fica ainda mais clara com o vídeo publicado pela empresa nas redes sociais com o carro “girando” ao som do Passinho do Volante, funk de MC Federado e os Leleks. Entre comentários negativos e positivos sobre a ação, os internautas parecem relutantes em aceitar a ligação da marca de luxo com o funk carioca.

Mas a popularização do modelo é mais uma ação para rejuvenescer a marca, já que o carro não deve ser o mais vendido da fabricante no Brasil. A expectativa é de vender 2 mil unidades neste ano com as duas versões (Style e Urban). Assim o posto de carro mais “popular” da Mercedes-Benz por aqui deve continuar com o sedã Classe C, que vendeu 4.349 unidades no ano passado.

De acordo com a montadora, 80% dos Classe A vendidos por aqui devem ser da versão “topo de linha”, que não sai por menos de R$ 109.900. A diferença de R$ 10 mil fica por conta apenas de rodas maiores (aro 16 na Style e 17 na Urban), faróis bixenônio com LED diurno, escapamento duplo com ponteiras ovais, volante revestido em couro e detalhes de acabamento interno. A Mercedes-Benz se baseia nas vendas do Classe B para projetar que a versão mais completa será a preferida do brasileiro.

Por fora, o novo Classe A não lembra em nada o monovolume fabricado em Minas Gerais entre 1999 e 2005. Agora ele é um hatch esportivo, com grade frontal avantajada exibindo a grande estrela da marca, vincos laterais que formam uma flecha e retrovisores diminutos, que garantem um bom coeficiente de aerodinâmica de 0,27 (quanto mais perto do zero, melhor a aerodinâmica). Por dentro, a sensação é de estar num carro de corrida, com bancos esportivos baixos e porta alta.

Ambas versões são equipadas com motor 1.6 l de 156 cavalos de potência - o mesmo que equipa atualmente as Classes B e C - e transmissão com sete velocidades de dupla embreagem. Também são de série direção eletromecânica, ar-condicionado, sete airbags, função Start/Stop, sistema que detecta cansaço do motorista, troca de marchas manual por meio de "borboletas" no volante, piloto automático e limitador de velocidade.

Impressões

A versão Urban foi testada em um trecho de pouco mais de 100 km entre São Paulo e a cidade de Porto Feliz, no interior do Estado. Logo na saída, dificilmente alguém deixará de estranhar a alavanca de comando do câmbio automático na coluna de direção, à direita do volante. Mas depois de ambientado, o motorista perceberá que a mudança deixou um grande espaço funcional no console central para guardar “tralhas” - perde mais aquele galanteador que ainda tenta o “movimento” de encostar na perna da pretendente ao fazer a troca de marcha.

Selecionamos no botão do painel central o modo de transmissão Economy, que faz trocas em baixas rotações. Mesmo com sistema Start/Stop ligado no trânsito da capital paulista, a resposta é rápida privilegiando conforto e baixo consumo. Sem muita demora, chegamos à rodovia dos Bandeirantes, onde o limite de velocidade de 120 km/h foi alcançado sem esforço e com o conta-giros surpreendentemente perto dos 2.100 RPM. O limitador de velocidade fica escondido na esquerda inferior atrás do volante, mas será bastante útil nas estradas cheias de radares pelo Brasil.

Em um trecho mais sinuoso, acionamos o modo Sport, que tem mudanças mais rápidas e em rotações mais altas. Ao pisar fundo, o motor turbo chega perto da zona vermelha de 7 mil RPM, mas apenas se o motorista manter o pé no acelerador até o final, garantindo boa retomada e tranquilidade nas ultrapassagens. Sem necessidade de acionar qualquer botão, é possível trocar as marchas manualmente pelas “borboletas” no volante quando quiser. No entanto, se a intenção é seguir no manual, é melhor selecionar o respectivo modo - caso contrário a transmissão volta a operar automaticamente após 12 segundos de inatividade nos shift paddles.

De acordo com a Mercedes-Benz, o modelo atinge 100 km/h em 8s3 e tem velocidade máxima de 224 km/h. A esportividade é realçada pela suspensão “firme”, que chega a causar desconforto em superfícies mais acidentadas. De acordo com a Mercedes-Benz, a suspensão trazida ao Brasil foi a chamada “comfort”, configurada para rodar sem solavancos nas “piores” ruas europeias. Como não houve nenhum preparo específico para as condições brasileiras, a suspensão transmite bastante das imperfeições da pista ao volante e aos bancos – sensação que é incrementada pelas rodas de aro 17.

<p>Sem GPS, tela de 5,8 polegadas tem poucas funções</p>
Sem GPS, tela de 5,8 polegadas tem poucas funções
Foto: Divulgação

Com regulagem manual, os bancos em formato de concha acolhem bem o motorista, mas o volante para um pouco grande para o compacto. Por ser baixo, o apoio lateral na porta não deixa muito lugar para o motorista descansar o braço esquerdo, e a janela está muito acima para servir de apoio. Também causa estranhamento o botão que estampa “Navi” no console central, já que não há GPS. A montadora está desenvolvendo um sistema de navegação para o modelo e decidiu privar o brasileiro por causa do custo.

Atualmente, a marca oferece navegação apenas a partir de versões superiores do Classe C. Com isso, a tela de 5,8 polegadas instalada no centro fica um tanto sem função – serve apenas para mostrar as músicas gravadas em um pen drive inserido na porta USB, que fica dentro de um porta volume entre os bancos dianteiros. Embora os seletores sejam analógicos, o ar-condicionado é digital, ou seja, é programado para manter a temperatura escolhida.

Mercado

O hatch esportivo já é vendido no mercado europeu desde o ano passado e venceu alguns prêmios. No Brasil, a marca espera ampliar a participação no chamado segmento de "compactos premium", que tem como principais concorrentes a BMW Série 1 (que parte de R$ 89.950) e o Audi A3, que começa com R$ 110.000, mas deve chegar em nova versão ao Brasil em maio. Enquanto isso, o A1 é a opção mais moderna da rival, com preços a partir de R$ 79.900.

A falta de GPS não vai atrapalhar o Classe A, pois o problema é comum aos rivais – como opcional o sistema de navegação custa cerca de R$ 8 mil no BMW e está no pacote “plus” da Audi, que acrescenta a bagatela de R$ 20 mil no preço do modelo. Resta ver como a fabricante das quatro argolas trará o A3 ao Brasil.

De qualquer modo, a expectativa parece ser grande por parte dos consumidores. Na semana passada, uma concessionária de São Paulo afirmou que já tinha 15 unidades encomendadas. De acordo com a assessoria da montadora, algumas opções de cores podem ter 60 dias de espera. O Classe A chega como a opção mais barata (e mais moderna) da marca alemã. Até então, o posto era do Classe B 200, que custa R$ 104.900.

Para quem quiser esperar um pouco mais, a versão 45 AMG do Classe A está prevista para desembarcar no Brasil no final deste ano ou começo de 2014. Possivelmente com mais equipamentos, o modelo traz motor 2.0 l turbo que entrega 364 cavalos de potência, com velocidade máxima de 250 km/h (limitada eletronicamente) e aceleração de zero a 100 km/h em 4s6. Na mesma época deve chegar o sedã CLA.

 Compare o Classe A e os principais concorrentes diretos:

 

Classe A

Série 1 116i

Audi A1

Motor

1.6 l turbo

1.6 l turbo

1.4 l turbo

Potência

156 cv

138 cv

122 cv

Aceleração 0-100

8s3

8s5

8s9

Câmbio

Automático de 7 marchas

Automático de 8 marchas

Automático de 7 marchas

Velocidade máxima

224 km/h

210 km/h

203 km/h

Volume do porta-malas

341 l

360 l

270 l

Comprimento (mm)

4.292

4.324

3.954

Largura (mm)

2.022

1.765

1.740

Altura (mm)

1.433

1.421

1.416

Preço (a partir de)

R$ 99.900

R$ 89.950

R$ 79.900

Fonte: Terra
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