Teste: Chevrolet Onix Plus Premier tem categoria superior
Sedã compacto estreia com motor 1.0 de três cilindros, boa potência, baixo consumo, seis airbags e Wi-Fi a bordo com preço competitivo
O Onix Plus é a versão sedã do novo Chevrolet Onix. O carro foi totalmente modificado nesta segunda geração, que estreia uma nova plataforma global desenvolvida especialmente no Brasil e na China. O nome Prisma foi abandonado, apesar de ser um sucesso de vendas, porque o Onix Plus atua numa faixa mais elevada na categoria de sedãs compactos. Já avaliamos o Onix Plus Premier, nova versão topo de linha, que ataca diretamente o Volkswagen Virtus Highline, entre outros.
O Chevrolet Onix Plus Premier é equipado com o novo motor 1.0 turbo de três cilindros. Esse motor substitui o antigo 1.4 aspirado. Sua vantagem é oferecer mais potência (116 cavalos) com baixo consumo (faz 15,7 km/l de gasolina). O torque é de 165 Nm. Além do novo motor turbinado, o Onix Plus Premier traz todas as tecnologias introduzidas na nova geração do Chevrolet Onix. O carro vem com seis airbags (em todas as versões), Wi-Fi a bordo, conectividade Android Auto/Apple CarPlay, câmera de ré, assistente de partida em subidas, controle eletrônico de estabilidade, ajuste de profundidade e altura no volante de direção e até mesmo assistente de estacionamento (está no pacote completo, por R$ 3.000 a mais, junto com os bancos de couro).
Visualmente, o novo Onix Plus já diferencia do antigo Prisma pelo maior comprimento (quase 20 cm a mais), pela grade que domina quase toda a área frontal (a parte de baixo é maior para ajudar na refrigeração do motor), pelas lanternas traseiras duplas (invadem a tampa do porta-malas) e pelas novas rodas de 16”. A coluna C foi suavizada. Além de crescer em comprimento, o novo Onix Plus também teve um aumento de 7 cm na distância entre-eixos. O espaço traseiro ficou bom, porém o porta-malas teve sua capacidade reduzida em 31 litros. Segundo a GM, essa perda foi compensada pelo deslocamento das dobradiças que abrem o bagageiro – elas foram reposicionadas bem nas extremidades.
Durante o test drive de 180 km que fizemos em estradas do Rio Grande do Sul, o carro mostrou um comportamento dinâmico muito superior ao do antigo Chevrolet Prisma. Dentro do sedã, a primeira coisa que se nota é a melhoria da ergonomia. Os bancos acomodam bem e o volante multifuncional tem a base reta. Devido ao ajuste de profundidade, é fácil encontrar uma boa posição de dirigir. O quadro de instrumentos agora traz o conta-giros e o velocímetro com ponteiros analógicos, enquanto o computador de bordo manteve as informações digitais. Ficou bom, mas os números poderiam ser mais grossos, para facilitar a leitura com o carro em movimento.
A tela central ficou encaixada no topo do painel, numa posição bastante confortável para o motorista, que não precisa desviar os olhos para baixo quando quiser ver as informações. A interface é excelente. Rodando, o novo Onix Plus 1.0 turbo agrada por ser muito mais estável e suave na pista. O motor desenvolve boa arrancada (0-100 km/h em 9,7 segundos), considerando sua cilindrada. O que realmente surpreende é a ausência de vibrações, muito comuns nos motores de três cilindros. Segundo a GM, isso foi obtido pela inclinação do volante do motor, entre outras modificações.
Cadê as borboletas do câmbio automático?
O câmbio automático de seis velocidades é o mesmo de antes. É um bom câmbio, com respostas adequadas em rodagem normal. Porém, quando o motorista tenta uma aceleração mais vigorosa, o câmbio é um pouco lento. Também sentimos um desconfortável retardo no funcionamento do turbo. A impressão que passou é que a GM deu muito mais ênfase ao consumo do que à performance. Talvez isso seja a causa também da inexplicável ausência de borboletas no volante para trocas de marcha manuais. Pior: nas trocas pela alavanca, é preciso usar um pequeno botão que fica do lado esquerdo. Não é nada prático.
Com um rodar suave e bastante silencioso, o Onix Plus Premier passa a ser um carro bastante adequado para viagens. No conjunto, a nova versão topo de linha traz o mérito de ser um carro muito seguro (cinco estrelas no teste de impacto do Latin NCAP), conectado como poucos (tem também o sistema de concierge OnStar) e com um preço muito competitivo. A configuração Premier I custa R$ 73.190, enquanto as Premier II e Premier III saem por R$ 76.190. As duas incluem assistente de estacionamento e bancos de couro, mas a III traz o interior na cor bege. Em comparação com o Virtus TSI de 128 cavalos ele perde em potência, mas praticamente empata na relação peso/potência: 9,6 contra 9,3 kg/cv (no Volkswagen). Para além disso, o novo Onix Plus manteve os preços das versões LT e LTZ do antigo Prisma.
O que é novo
- Carroceria que utiliza nova plataforma global.
- Motor 1.0 turbo de três cilindros.
- Todo o interior, incluindo painel, volante, bancos e conectividade.
O que nós gostamos
- Carroceria maior e mais espaçosa.
- Comportamento dinâmico.
- Baixo consumo de combustível.
- Alto nível de segurança.
- Design mais elegante.
- Conectividade com Wi-Fi a bordo.
O que pode melhorar
- Ruídos de rodagem para os passageiros do banco de trás.
- Ausência de aletas para trocas de marcha no volante.
- Sistema de trocas manuais pela alavanca.
- Grafia dos instrumentos.
Os números
- Motor: 1.0 turbo flex
- Potência máxima: 116 cv a 5.500 rpm (g/e)
- Torque máximo: 165 Nm a 2.000 rpm (e)
- Câmbio: 6 marchas AT
- Comprimento: 4,474 m
- Largura: 1,730 m
- Altura: 1,471 m
- Entre-eixos: 2,600 m
- Peso: 1.117 kg
- Pneus: 195/55 R16
- Porta-malas: 469 litros
- Tanque: 44 litros
- 0-100 km/h: 10s5
- Velocidade máxima: 185 km/h
- Consumo cidade: 12,0 km/l (g)
- Consumo estrada: 15,7 km/l (g)
- Emissão de CO2: n/d
- Modelo avaliado: 2020