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Tracker tem visual e desempenho "premium", mas pacote básico

O Ford EcoSport e o Renault Duster ganharam um novo concorrente no Brasil com a chegada do Chevrolet Tracker, que estará disponível apenas na versão considerada “premium”

5 out 2013 - 09h00
(atualizado às 09h00)
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O Ford EcoSport e o Renault Duster ganharam um novo concorrente no Brasil com a chegada do Chevrolet Tracker, que estará disponível apenas na versão considerada “premium”, que tem preço sugerido de R$ 71.990. Com visual mais imponente, o novo utilitário poderia elevar o nível da competição, mas o pacote escolhido pela fabricante deixa a desejar na comparação com os rivais do segmento.

Se a marca acertou com o Tracker, foi na escolha do motor bicombustível Ecotec de 1.8 l, acompanhado da transmissão automática de seis velocidades, sistema multimídia com tela sensível ao toque e, principalmente, nas rodas de 18 polegadas em alumínio. Por enquanto, todos os modelos que chegarem ao Brasil terão estes itens de série.

Na parte de segurança, o carro é equipado com freios ABS e distribuição eletrônica da força de frenagem (EBD), além de assistente de frenagem em caso de pânico e dois airbags. O interior conta com bancos revestidos em couro e ar-condicionado. Quem quiser algo além na Tracker, pode incluir teto solar elétrico e mais quatro airbags (de lateral e cortina), por R$ 75.490.

A expectativa de vendas é restrita a algo entre 8 mil e 10 mil unidades por ano, já que o SUV é importado no México e tem cota limitada de unidades que podem chegar sem acréscimo de IPI. O  número para o ano é comparável ao que os rivais emplacam em apenas dois meses – o EcoSport registrou 5,5 mil unidades em setembro e o Duster, 4,8 mil.

Desse modo, o Tracker deve incomodar mesmo apenas as versões topo de linha. Com câmbio Powershift e motor 2.0 l, o EcoSport Titanium tem preço sugerido pela fabricante de R$ 72.680. Por R$ 690 a mais que a Tracker, o EcoSport vem equipado com ar-condicionado digital, sensor de chuva e crepuscular, partida sem chave, controle eletrônico de estabilidade e tração, assistente de partida em rampa e sensor de estacionamento.

Um pouco mais simples, a versão Dynamique 2.0 do Duster tem câmbio automático de quatro velocidades e pacote similar ao do Tracker, mas cobra R$ 66.650 por isso. Além disso, os dois representantes mais velhos no mercado ofertam opção de tração 4x4, por pouco a mais, o que a Chevrolet não cogita para o Brasil ainda. Contudo, tanto Duster, quanto EcoSport, estão equipados com rodas de 16 polegadas mesmo nas versões mais completas.

Teste

Testamos o Tracker no campo de provas da Chevrolet em Indaiatuba (SP) em duas situações. A primeira, um circuito oval que simula uma “reta infinita” mostrou o que os 144 cavalos de potência do Ecotec pode fazer. Segundo a fabricante, o utilitário acelera de zero a 100 km/h em 11s5 e atinge velocidade máxima de 189 km/h. No campo de provas, alcançamos 180 km/h e o Tracker mostrou baixo nível de ruído, pouca vibração e uma estabilidade louvável para um SUV.

A transmissão de seis velocidades é de segunda geração, uma evolução da que é utilizada atualmente no Cruze, e não atrapalha a performance do motor 1.8 litro. No entanto, a opção de troca manual pelo botão na manopla do câmbio é tão desconfortável quanto ao similar da Ford. Os freios contam com sistema antibloqueante (ABS), mas apenas os dianteiros são a disco – na traseira são a tambor – o que também ocorre no rival.

Veja detalhes do novo Chevrolet Tracker:

Já na outra pista de teste, tivemos a oportunidade de dirigir o Tracker em situações sinuosas e subidas, em trechos de asfalto que lembram as condições das estradas brasileiras, com muitos buracos e desníveis. O SUV da Chevrolet respondeu bem, com destaque para a suspensão que privilegia o conforto dos ocupantes. O modelo segura bem nas curvas, mas um controle eletrônico de estabilidade e tração também não seria pedir muito.

Ao sair do veículo, um aviso sonoro nos lembra que os faróis foram deixados acesos. Foi quando percebemos que o carro, mesmo na versão LTZ não tem acionamento automático das lanternas – algo que está disponível até mesmo na versão mais básica do Agile LT, que custa R$ 37 mil. Para um carro que busca o consumidor “premium”, também seria interessante contar com ar-condicionado digital e um sistema multimídia já preparado para GPS, além de tela realmente sensível ao toque – é preciso pressionar a tela para selecionar a opção, não apenas encostar.

O espaço é generoso tanto na frente, como atrás, onde os passageiros também podem baixar o apoio central com espaço para colocar copos. O revestimento dos bancos em couro duas tonalidades é outra opção acertada do Tracker e contribuem com o conforto interno. No entanto, os painel de plástico rígido e os encaixes sem padrão nas portas depõem contra o "premium". Na mesma toada, as saídas de ar seguem o "padrão" de turbinas de avião, mas ganharam desenho de setas circulares para indicar que elas giram.

Como a Chevrolet ainda não participa do programa de etiquetagem veicular do Inmetro - e tampouco tem a intenção de cooperar, por enquanto, segundo diretores -, o máximo que conseguimos de números de consumo foi a autonomia do computador de bordo, que marcava 6,1 km/l, com cerca de 1 mil km rodados, abastecido com etanol. De acordo com medição do Inmetro, o EcoSport faz 7,0 km/l na cidade, enquanto o Duster apresenta média de 6,7 km/l.

Modelo Tracker LTZ EcoSport Titanium Duster Dynamique
Motor 1.8 l Ecotec 2.0 l Duratec 2.0 l
Potência 144 cv 146 cv 142 cv
0-100 11s5 10s8 10s7
Vel. Máx. 189 km/h 180 km/h 174 km/h
Câmbio Aut. 6 velocidades Aut. 6 velocidades Aut. 4 velocidades
Entre-eixo 2.555 mm 2.521 mm 2.673 mm
Porta-mala 306 l 362 l 475 l
Rodas 18 polegadas 16 polegadas 16 polegadas
Preço R$ 71.990 R$ 72.680 R$ 66.650
Fonte: Terra
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