Uno automatizado é bom na cidade, mas peca na estrada; veja
Sistema deixa o condutor um pouco perdido durante as trocas de marcha, mas é bom para quem está cansado de trocar marchas no trânsito
O novo Fiat Uno 2015, lançado na Argentina em setembro do ano passado, tem como uma das novidades a chegada do câmbio Dualogic (automatizado) nas versões Sporting e Way 1.4. Isso faz com que a Fiat passe a disputar com o compacto up! da Volkswagen, que também no ano passado, se tornou o carro mais barato do Brasil a ter câmbio automatizado.
O câmbio Dualogic do Uno é mais moderno que o de veículos da Fiat que já usavam o recurso, como o Siena. Agora, o sistema colocado no Uno não possui alavanca e é acionado por botões – a mesma tecnologia utilizada no Fiat 500 Abarth. O kit custa R$ 3.129 e o valor inicial do Uno Way 1.4 é R$ 40.130.
O Terra testou o Uno Way 1.4 com câmbio Dualogic, além de pacote com ar-condicionado, kit conforto, sensor de estacionamento traseiro, kit de rádio e chave canivete com controle das portas, o que eleva o valor do carro para R$ 47.128.
O sistema automatizado é de fácil acionamento e possui os botões A/M (Automático/Manual), D (Drive), N (Neutro), R (Ré) e a tecla S (Sport), que aciona o modo de condução esportiva. Atrás do volante, o carro foi equipado com borboletas que permitem a troca manual das marchas, mesmo quando o câmbio está na posição automática.
Ao volante o carro perdeu fôlego e as trocas de marcha são demoradas, fazendo com que o motorista sinta bastante as mudanças dentro do carro. O condutor vira "refém" da automatização, que muitas vezes não acerta a mão, principalmente em subidas e conversões onde a redução é necessária – ou quando o carro está na estrada.
Em viagens, o ideal é fazer as trocas manualmente com toques para baixo ou para cima na manopla. Desse modo, o motorista não é surpreendido e pode antecipar as reduções, embora a lentidão para a troca continue ali.
Já na cidade, o câmbio automatizado se torna uma ótima opção, principalmente para quem não aguenta mais trocar de marcha no trânsito. Contudo, as manobras com o carro exigem atenção, principalmente em ladeiras. Isso porque, diferente de transmissões automáticas convencionais, o carro fica solto quando o motorista tira o pé do freio e só avança quando o condutor pisa no acelerador.
O consumo é eficiente, mesmo com algumas trocas de marcha desordenadas. De acordo com testes do Inmetro, o Uno Way 1.4 automatizado é capaz de rodar 12,3 quilômetros por litro na estrada e 11,1 quilômetros na cidade, quando abastecido com gasolina. Rodando com etanol, o carro faz 8,5 quilômetros por litro na estrada e 7,7 quilômetros por litro na cidade.
Um dos destaques do veículo é a câmera de ré com sensor de estacionamento. Quando a ré é acionada, surge um pequeno vídeo no espelho retrovisor que permite que o motorista veja a distância simultaneamente pelo vídeo e pelo espelho, o que facilita bastante.
Design
O carro também tem um novo visual, que pode ser notado principalmente na dianteira. Os faróis ficaram ligeiramente maiores, mas o capô e a grade dianteira foram reestilizados. Na parte traseira, as lanternas ganharam o desenho de alguns 'quadrados' que remetem ao visual das rodas.
Na parte interna, as mudanças são bem visíveis. O console possui painel de instrumentos e, agora, um visor de LCD. Além disso, o painel ganhou duas cores em algumas versões e o volante é multifuncional.
Itens de série
De série, o Novo Uno Way 1.4 possui direção hidráulica, airbag duplo, freios ABS, limpador e desembaçador do vidro traseiro, grade dianteira na cor preto brilhante com anéis na cor prata, retrovisores com luzes indicadoras, moldura nas caixas de roda na cor cinza e conta-giros.
Além disso, o carro vem equipado com comandos internos para abertura da tampa de combustível e porta-malas, computador de bordo A/B, porta-óculos, quadro de instrumentos com display de alta resolução, vidros elétricos dianteiros com one touch e antiesmagamento, travas elétricas nas portas e volante com regulagem de altura.