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Venda de caminhão no Brasil deve manter ritmo em 2014

Banco Mercedes deve elevar os financiamentos deste ano para R$ 3,7 bilhões

11 out 2013 - 08h33
(atualizado às 08h33)
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As vendas de caminhões no Brasil em 2014 devem ter crescimento semelhante ao deste ano e o segmento de ônibus deve apresentar forte performance, com continuidade do movimento de renovação de frotas, uma safra agrícola recorde e aumento de investimentos esperados para o ano eleitoral, prevê o Banco Mercedes-Benz.

Segundo o diretor comercial da instituição, Angel Martinez, o banco deve elevar os financiamentos deste ano para R$ 3,7 bilhões, ante R$ 3,5 bilhões em 2012. A expectativa para 2014 é uma cifra acima de R$ 4 bilhões, bem próximo do pico de R$ 4,1 bilhões atingido em 2011.

"No ano que vem ainda vemos investimentos acontecendo por causa dos grandes eventos dos próximos anos (Copa do Mundo e Olimpíadas), ano eleitoral que deve gerar mais investimentos e um cenário internacional constante de juros", disse Martinez em entrevista à Reuters.

A expectativa para os juros constantes no exterior decorre da indicação de Janet Yellen à presidência do Federal Reserve (FED, banco central americano), considerada pelo mercado como mais favorável à manutenção de estímulos financeiros do banco central americano.

As vendas de caminhões este ano acumulam alta de quase 14% até setembro, sobre o mesmo período de 2012, e a expectativa da associação de montadoras, Anfavea, é de uma expansão em todo 2013 de cerca de 8%. Já os licenciamentos de ônibus subiram 10% de janeiro a setembro e a previsão é de um desempenho forte no primeiro semestre de 2014, como costuma acontecer em anos eleitorais, afirmou.

Martinez evitou fazer projeções específicas para o mercado de caminhões no próximo ano, mas disse que a expectativa do banco é de um "crescimento do mercado semelhante" a 2013. O banco encerrou setembro com uma carteira de crédito de R$ 10 bilhões, 7,5% acima do registrado um ano antes e 3% superior a agosto. A Mercedes-Benz disputa a liderança do mercado brasileiro de caminhões com o grupo MAN-Volkswagen.

Até setembro, a Mercedes-Benz acumulou vendas de 28 mil caminhões, alta de 8,6% sobre o mesmo período de 2012. Para Martinez, a alta da Selic decidida pelo Banco Central (BC) na véspera deve ter pouco impacto nas vendas do mercado no curto prazo, já que grande parte dos financiamentos tem ocorrido sob o Programa de Sustentação do Investimento (PSI), cuja taxa de juros de 4 por cento é negativa em termos reais.

O executivo espera que as vendas de caminhões acelerem no final deste ano, diante de corrida de frotistas para aproveitar a taxa de 4% do PSI. Apesar do governo ter afirmado que vai prorrogar o programa de dezembro próximo para o fim do ano que vem, há dúvidas no setor sobre os termos em que se dará essa extensão de prazo.

A taxa de juros do PSI entre setembro e dezembro de 2012 era de 2,5%, mas foi elevada para 3% no primeiro semestre deste ano, avançando a 4 por cento no segundo semestre. "Devido à conjuntura de juros e ao contexto fiscal do governo, não podemos garantir que as condições serão as mesmas (...) O programa tem ajudado a fomentar a renovação do investimento em bens de capital nos últimos quatro anos de uma forma em que nenhum outro país conseguiu durante a crise financeira", disse Martinez.

Ele afirmou que a média de novos negócios por mês neste ano ficou um pouco abaixo de R$ 300 milhões, mas que em agosto a cifra foi de R$ 422 milhões e, em setembro, de R$ 357 milhões. A demanda dos primeiros dias de outubro tem apontado para mesmo ritmo do mês passado, afirmou Martinez.

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