Viagem no tempo: rodamos com o 1º Renault Mégane Scénic nacional
Evento promovido pela Renault celebrou os 25 anos da chegada dos modelos Mégane ao Brasil; unidade foi a primeira produzida no País
O ano era 1999, o mês era março e o filme Shakespeare Apaixonado brilhava nas telas e na cerimônia do Oscar daquele ano. A película arrematou nada menos que 13 estatuetas, incluindo a de melhor filme.
No Brasil, a indústria automotiva tinha seu novo astro. No ano anterior, as primeiras máquinas da linha de produção da Renault do Brasil eram colocadas em operação para iniciar a história do Complexo Industrial Ayrton Senna e a fabricação local do Mégane Scénic. O primeiro monovolume produzido em série no Brasil foi lançado no primeiro trimestre de 1999.
É verdade que o país ainda tentava entender o que havia acontecido oito meses antes, em Paris. Em 12 de julho de 1998, após uma apresentação de cinema de Zinedine Zidane, a seleção francesa conquistou seu primeiro título mundial no futebol profissional ao vencer o Brasil por 3 a 0. Naquele mesmo ano de 1998, França e Brasil iriam se aproximar mais. E não seria em virtude do futebol.
Em uma mescla de novidade com aceitação, o modelo brilhou nas propagandas em telas grandes, pequenas e páginas impressas e vendeu 33 mil unidades em seu primeiro ano. A história do Mégane Scénic no Brasil teria 12 anos e mais de 142 mil unidades comercializadas, em diferentes versões e configurações, incluindo uma versão Sportway, com apelo aventureiro. No mundo, onde foi produzido durante 26 anos, entre 1996 e 2022, passando por quatro diferentes gerações, o Scénic superou os cinco milhões de unidades comercializadas.
“O Scénic foi o primeiro monovolume nacional e abriu portas para um segmento inédito no mercado, conciliando amplo espaço para toda a família, uma inédita modularidade do interior, segurança e versatilidade”, explica Ricardo Gondo, presidente da Renault do Brasil.
O Scénic contava com três bancos traseiros individuais e mesinha tipo aviação no encosto dos bancos dianteiros. O porta-malas tinha 410 litros. A posição mais alta de dirigir veio como precursora do que seriam os SUVs. Foi o primeiro veículo da Renault no mundo a utilizar o processo de pintura à base de água.
No Brasil, o Scénic chegou na versão RXE com o motor 2.0 litros de quatro cilindros, a gasolina e oito válvulas, que entregava 115 cv e 171,6 Nm, tudo com câmbio manual de cinco marchas. Logo após seu lançamento, também foi ofertada a versão RT 1.6 16V (110 cv e 148 Nm). O modelo passaria por diversas mudanças, incluindo uma reestilização em 2001, além da inclusão do motor flex, opção de transmissão automática, além do motor 2.0 16V de 140 cv.
Em uma ação promovida pela Renault, tivemos a oportunidade de andar no primeiro Mégane Scénic fabricado no Brasil. O percurso envolveu a área interna do Japy Golf Clube, em Cabreúva, interior de São Paulo. E foi uma viagem no tempo. Para começar, nada de partida por botão. O monovolume funciona com chave. Na hora de manobrar, esqueçam câmera de ré e sensores. Tudo se dá no conhecimento que o condutor tem sobre o veículo. Chamam a atenção também o volante e o painel inclinados.
Quando acelerado, o Mégane Scénic faz valer a configuração de seu motor. O 2.0 leva o carro a andar bem já na terceira marcha. Ficou claro que, em uma rodovia na qual a velocidade máxima é de 120 km por hora, o modelo é capaz de atingir esse número com os giros baixos.
A ergonomia é outro ponto de destaque. O Mégane Scénic oferece um excelente espaço interno, além de uma visão privilegiada ao seu condutor. Sem dúvida, tratava-se de um carro revolucionário para o tempo em que foi lançado.
História e futuro elétrico
O nome Mégane está no Brasil desde 1998, quando a Renault iniciou a importação do modelo. A primeira geração foi comercializada por aqui entre 1998 e 2005, nas carrocerias hatch e sedã, enquanto a segunda geração, fabricada localmente nas carrocerias sedã e Grand Tour, foi lançada em 2006 e comercializada até 2011.
Nos 25 anos de produção local, a Renault inicia um novo capítulo com o Mégane E-Tech 100% elétrico. Com a plataforma CMF-EV da Aliança, o Mégane E-Tech é o primeiro representante de uma nova linguagem de design chamada de “sensual tech”.
O modelo terá o novo motor que rende 220 cv e 300 Nm, além de quatro níveis de frenagem regenerativa. A aceleração de 0 a 100 km/h é feita em 7 segundos. A autonomia é de 450 quilômetros.