Carros elétricos: quebre alguns mitos e vislumbre o futuro
Tecnologia, infraestrutura e sustentabilidade vêm impulsionando a eletrificação automotiva no Brasil e no mundo
Com ajuda da Eletrocar Show 2025 - a primeira feira exclusivamente B2B do setor de carros elétricos no Brasil -, desvendemos alguns mitos sobre os EVs que já são vendidos no Brasil
A mobilidade elétrica tem conquistado cada vez mais espaço, impulsionada pela crescente conscientização ambiental, pelo desenvolvimento tecnológico e também pela ampliação da infraestrutura de recarga.
O mercado de carros elétricos no Brasil tem tido crescimento notável: em 2024, foram vendidos 177.538 veículos eletrificados (termo dado para identificar carros elétricos e híbridos), aumento de 89% em relação a 2023, segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE).
Além disso, dezembro de 2024 foi o melhor mês da história do setor, com 21.634 unidades emplacadas. Os veículos 100% elétricos (chamados de BEVs) somaram 4.368 unidades, o que de fato demonstra a crescente aceitação do consumidor brasileiro por esse tipo de tecnologia.
No entanto, ainda existem dúvidas e mitos sobre os carros elétricos. Vamos tentar desmistificá-los agora.
Mito: carros elétricos não têm autonomia para viagens longas
A limitação de autonomia foi um desafio no início da mobilidade elétrica, mas os avanços tecnológicos mudaram esse cenário. Hoje, muitos superam 400 km com uma única carga, atendendo às necessidades do dia a dia e de viagens mais curtas.
Além disso, o Brasil tem investido na expansão da infraestrutura de recarga, facilitando a adoção dessa tecnologia. Em 2024, a quantidade de carregadores cresceu 182%, passando de 4,3 mil para 12 mil unidades, segundo dados da Tupi, uma das empresas de tecnologia para mobilidade elétrica.
"Para quem deseja mais tranquilidade ao viajar, aplicativos de navegação ajudam a encontrar eletropostos no caminho, tornando a experiência ainda mais prática", comenta Daniel Zanetti, Diretor Executivo da Eletrocar Show, primeira feira exclusivamente B2B do setor de veículos elétricos no Brasil.
Mito: as baterias têm pouca durabilidade e são difíceis de descartar
A longevidade das baterias é outro grande avanço recente do setor de mobilidade elétrica. Atualmente, a vida útil das baterias de íons de lítio ultrapassa 10 anos - e, ao final desse ciclo, elas ainda podem ser reaproveitadas para armazenamento de energia em residências e empresas.
Outra coisa: grandes montadoras já investem na reciclagem eficiente, tornando o processo ainda mais sustentável. Zanetti explica que, para aumentar a vida útil da bateria, o ideal é evitar carregamentos com frequência e manter a carga entre 20% e 80%, sempre que possível.
Mito: a infraestrutura de recarga ainda é insuficiente
Embora a rede de carregamento no Brasil ainda esteja em expansão, já existem milhares de pontos de recarga em rodovias e centros urbanos. Segundo a ABVE, o Brasil tem mais de 12 mil carregadores espalhados pelo país, sendo que aproximadamente 31% desses estão em São Paulo.
Muitos proprietários também optam por instalar carregadores residenciais, eliminando a necessidade de depender exclusivamente de eletropostos públicos. "O crescimento dos carros elétricos impulsiona novos investimentos, e a tendência é que a rede de recarga se expanda cada vez mais rápido", afirma Zanetti.
Mito: carros elétricos são mais caros de manter
Apesar do investimento inicial, os elétricos demandam menos manutenção, pois têm quantidade menor de peças móveis e dispensam trocas de óleo, velas ou correias, por exemplo. Isso reduz significativamente os custos ao longo dos anos.
No longo prazo, a economia com combustível e manutenção pode compensar o valor de compra, tornando os carros elétricos uma escolha inteligente. Muitas montadoras ainda oferecem incentivos e planos de manutenção acessíveis para os EVs, reduzindo ainda mais os custos.
Mito: carros elétricos não são seguros
"Os carros elétricos passam pelos mesmos testes rigorosos de segurança que os modelos com motor a combustão. E por terem um centro de gravidade mais baixo devido à localização das baterias, eles ainda apresentam menor risco de capotamento", comenta Zanetti.
As baterias são projetadas com sistemas avançados de resfriamento e proteção contra curtos-circuitos, reduzindo riscos de incêndio. Um exemplo disso é o Tesla Model 3, que teve nota máxima nos testes de segurança do Euro NCAP, uma das mais rigorosas avaliações de segurança automotiva do mundo.
O modelo se destacou na proteção de ocupantes adultos, infantis e pedestres, além de apresentar tecnologias avançadas de assistência ao motorista.
Sustentabilidade e o impacto dos elétricos
Os carros elétricos representam uma solução eficaz para reduzir a poluição urbana, pois não emitem gases poluentes durante o uso. Além disso, seus motores têm eficiência energética superior aos tradicionais, alimentados por combustão interna, aproveitando melhor a energia consumida.
A operação silenciosa também contribui para a redução da poluição sonora. Outro ponto relevante é a reciclagem das baterias, que são cada vez mais reutilizadas para armazenamento de energia antes do descarte final. "Com a expansão da mobilidade elétrica e a adoção de fontes renováveis, o impacto ambiental do setor automotivo tende a diminuir significativamente nos próximos anos", conclui o executivo.
