Mulheres que pilotam ônibus e caminhões podem aliviar crise
Inserção feminina no segmento de pesados pode ser saída para crise de mão de obra, considerando que 37% dos caminhoneiros vão se aposentar
Se o frete está mais caro porque os caminhoneiros mais velhos estão se aposentando e os mais novos não têm interesse na profissão, as mulheres motoristas de pesados poderiam ajudar a resolver esse problema
Segundo um estudo promovido pela Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), o mercado brasileiro de transporte e logística deve enfrentar uma crise de mão de obra nos próximos anos, tendo em vista que mais de 37% dos caminhoneiros autônomos em atividade no país vão se aposentar até 2026 e há desinteresse dos jovens pela profissão.
O desafio - que já tem dado sinais para a economia com o encarecimento de fretes - é visto em países da Europa há anos, onde 84% das transportadoras relatam dificuldades no recrutamento de motoristas, com previsão de déficits de mais de 150 mil profissionais. Essa informação é de Gláucio Rocha, especialista em logística, transportes e supply-chain, durante o Fórum da Confederação Nacional de Transportes (CNT).
Envolvida com esse setor há mais de 15 anos, a repórter, influenciadora e embaixadora dos lubrificantes Mobil, Paula Toco, ressalta que uma alternativa para apaziguar a crise que se aproxima é abrir espaço para a ampliação da força de trabalho feminina no mercado. E os dados dão razão à jornalista.
No Brasil, segundo recentes pesquisas realizadas pela CNT, mulheres representam apenas 0,5% do total de caminhoneiros autônomos em atividade. Também são elas quem mais têm buscado trabalho, já que enfrentam taxa de desemprego de 7,7%, número 45,3% maior do que o percentual de desocupação dos homens, como demonstra a mais recente Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios).
"Momentos de crise permitem a superação de barreiras e quebra de paradigmas antes intransponíveis. O transporte rodoviário de cargas no Brasil precisa de renovação e inclusão para garantir sustentabilidade, e as mulheres podem ser parte fundamental dessa solução. O desafio agora é criar oportunidades reais para essas profissionais, investindo em qualificação e infraestrutura adequada", pontua Paula Toco.
Em linha com o propósito de mover pessoas e negócios do jeito certo para todos, a Mobil elegeu Paula como embaixadora há um ano e tem buscado incentivar, através da representatividade, uma ampliação da presença feminina em ambientes socialmente tidos como masculinos, explica a coordenadora de marketing B2B da marca, Renata Vitiello.
"Acreditamos que a diversidade fortalece qualquer setor, e no transporte rodoviário não é diferente. A presença feminina traz novas perspectivas, melhora a eficiência e contribui para um ambiente de trabalho mais equilibrado e plural", enfatiza a executiva.
