De uma estação para outra, novas tendências são lançadas, deixando desatualizadas algumas propostas que prometiam longevidade. Para quem curte, acompanha e consome roupa com informações de moda, mas não quer investir em algo descartável, resta identificar quais os temas que permanecerão por mais de uma coleção.É o caso do étnico/rústico/artesanal, que pela segunda estação consecutiva, com possibilidades de emplacar a terceira, incorpora-se também na moda da decoração. No Brasil, onde elementos desta natureza não faltam, muitos estilistas criam sobre este tema de infinitas possibilidades. Cooperativas de bordadeiras em todo o Brasil recebem desde jeans até roupa de festa para rebordar, misturando miçangas a rendas artesanais, ráfia, casca de côco, búzios, conchas etc.
As autoridades da moda deram a deixa. Tom Ford para Yves St. Laurent, quem diria, agora, cada um inventa o seu. Nos desfiles e editoriais europeus para o Verão 2002 vimos cintos de macramê com barbantes coloridos para Givenchy e bolsas rústicas com aplicações de elementos marinhos para Marni.
Búzios e conchas rebordadas, corais, turquesas e madrepérolas, fitas e franjas, aplicações de camurça rústica e peles de animais aplicadas quase que aleatoriamente. O "quase", faz uma boa diferença pois o que conta é o bom gosto e a criatividade de cada estilista.
Ralph Lauren propõe uma visão sofisticada do apache em branco e cru, usando chales com longas franjas e decotes trançados. Miu Miu, a marca mais jovem da Prada reinventa uma nova versão para o folk étnico. John Galliano, dentro da originalidade que é sua marca, mistura de tudo um pouco ao folk andino. Com um pouco de ousadia, muito patchwork, elementos que até então não se misturavam, de forma inusitada convivem agora em harmonia.
Maria Helena Lodi