Para quem acompanha cada passo nesta seqüência de acontecimentos, é imprescindível consultar as bíblias da moda: Bazaar, Vogue, Elle, Marie Claire, W e Harpers&Queen, leituras obrigatórias para quem pretende fazer uma análise. Estas revistas mensais, americanas e inglesas, colocam os temas de forma didática, em painéis, dando uma visão geral de tudo o que se passou. Seguem com as matérias, chamadas Editoriais, e estas sim determinarão os destinos destes temas.

Então quem determina a moda e o que vai realmente se usar são as editoras responsáveis por essas publicações, certo? Em parte sim, mas embora se force uma ou outra tendência, cada país vai assimilar de acordo com suas diferenças, cultura e particularidades o que mais lhe atrae. Existem exemplos surpreendentes. Quem diria que Louis Vuitton seria tão popular no Brasil? Mais visto nas ruas daqui do que nas de Paris?

Qualquer afirmação categórica sobre moda é questionável. Você fala hoje e pode se arrepender amanhã. Para quem costuma dizer que nunca usaria isto ou aquilo, cuidado! Nunca mais diga nunca. Está de volta a boca mais justa da calça que convive muito bem com a imensa pantalona.

Vamos aos editoriais:

O folk, étnico e rústicos continuam sim, e com grande força. Tudo com cara artesanal, com diversos tipos de aplicações, muito floral bordado nórdico europeu. Continua também o listado andino reconfirmado por Galliano para Dior.

Os românticos, fluidos, o ouro, o preto e branco e os tons pastéis empoeirados, especialmente beges e rosas acinzentados estão com força. Fique de olho na linha clean masculina para a mulher, saias lápis (como são chamadas as saias retas e justas abaixo do joelho), assim como o vestidinho preto, o famoso básico, e ainda o terno super masculino com calças retas e soltas.

O gótico moderno, dramático, com olhos esfumaçados, com couro, veludo, calças justas com boca estreita usadas com botas de bico fino, meio no estilo de roqueiro inglês. Atenção para a linha utilitária, tanto esportiva quanto militar. Os cargos (milhares de zíperes, recortes e bolsos espalhados pelas calças, jaquetas e coletes). O verão promete também tricots de pontos pesados, abertos, artesanais e muita mescla, melange, tweed, fios rústicos e bouclês.

Acessórios:

Para cada tema, um tipo diferente de matéria prima e acessório, o que não significa montar um look de vitrine. As produções são sempre mescladas, pode misturar à vontade, desde que com informação, critério e bom gosto, é claro. No entanto, tome cuidado com os dourados e metalizados exagerados, meio anos 80.

Couros rústicos, crocodilo, camurça, crochê e macramé para a linha artesanal devem aparecer com tudo no verão, assim como alguns tecidos como os veludos, cetins e musselines rebordados, para o retrô romântico.

Outras promessas: óculos quadrados grandes, à la Jackie, saídos dos anos 60; crucifixos, de inspiração gótica e maquiagem esfumaçada, sem nada muito definido.

Maria Helena Lodi