Voltando ao antigo mistério do mundo fashion: De onde vem o laboratório das tendências e quem define o que é moda, estilo e glamour? Brooke de Ocampo, além de socialite, casada com banqueiro, antiga associada da Vogue, colunista da Bazaar e membro da Sotheby's em Nova York, acaba de lançar dois livros onde revela em entrevistas e fotos como vive, o que faz e pensa o fechado mundo do jet set inglês e americano; e mais importante, segundo ela: "who set the style".Composto de jovens e dinâmicos profissionais, "que faz a diferença" da área de negócios, cinema, moda, literatura, artes, música, publicidade - que em comum tem a capacidade de atrair a atenção da mídia, seja por seus trabalhos ou pela simples curiosidade - esse grupo têm o poder de transformar o banal em fashion, com seu toque original de criatividade e bom gosto, além do dinheiro, já que estamos falando de bem sucedidos cuja máxima é: seja você mesmo, mas seja muito bom nisso.
Bright young things, versão inglesa e americana de Assouline, não cita nomes tão óbvios, apenas a aristocracia internacional. Aerin Lauder assume que é muito tradicional, que a família é o mais importante e sua ocupação favorita é ser mãe. Para quem é herdeira e diretora do império do cosmético Estée Lauder, carrega muita bagagem de arte e design, mantém amizade com Madonna e Mario Testino, está todo mês na W, tem cara de modelo, é muitíssimo elegante e revela que a vida pode ser muito bem aproveitada, mas não dá para ignorar, acaba virando mito.
Segundo Ocampo, estilo foi sempre visto como coisa de elite, mas agora existe um mix mais interessante: pessoas com bom gosto, talento e sucesso são sempre bem vindas a esse novo grupo.
Alexandra Von Furstenberg também tem um background de peso: herdeira da fortuna do Duty Free Shop, cunhada do Príncipe Pavlos da Grécia, casou-se com o filho de Diane von Furstenberg e do Príncipe Egon, de origem austríaca, Alexandre. Hoje é Diretora de Estilo e Criação da griffe de Diane, sua sogra, depois de ter se formado em estilismo.
Tudo normal, pode muito bem dizer alguém mais erudito e torcer o nariz para essas coisas mundanas, mas se não fosse Alexandra, lindíssima e loura, não saísse de todas as revistas, não fosse tão assediada por todos os estilistas e joalherias para divulgar seus produtos, quem mais se prestaria ao papel de representante do estilo e da elegância se não alguém com origem plebéia, mas com fortuna, bom gosto e muita disposição para aparecer?
Temos matéria prima viva para divulgar: gente interessante, ousada, criativa, bonita, rica e sofisticada, um verdadeiro laboratório de idéias e fonte de inspiração. Servem para vender produtos, mas no futuro serão vistos como ícones de uma geração: alguns mitos que ensinam o que é moda e estilo, uma das formas de arte que define uma civilização.
Maria Helena Lodi