O perfil do homem que gosta e acompanha a moda é livre, e no seu mundo, os preconceitos ficam de fora. Os discursos cristalizados aguardam na sala de espera, enquanto ele mergulha nesse universo de consumo. Esse homem tem a cabeça muito arejada e aberta para receber o novo, e sabe o quanto é importante ser e se manter sempre dinâmico. Ele aceita que tudo muda o tempo todo, assimila bem o impacto dessas novidades e não aceita regras sem questionar, pois de moda não se entende, se informa, e cada um usa o que quer, o que lhe cai melhor. Elegância em um sentido mais amplo, essa continua indispensável e nunca vai mudar.
No "mundinho da moda", a gente se diverte um pouco, trabalha muito e vive de informação, inspiração, criação e glamour. Concretizar conceitos e transformá-los em produtos têm sido o desafio de quem fica nos bastidores. Quem tem mais estômago sobrevive, pois lidar com a vaidade, competitividade e consumo não é tarefa fácil.
Para o consumidor, também são necessários alguns requisitos: pesquisa, imaginação e muito juízo, porque todo o dinheiro do mundo nunca é suficiente para financiar a lista de desejos de um mortal qualquer, o que dirá de um fashionista viciado em design, estilo e novidades. Tem que ter cabeça muito boa, até para tirar o peso da culpa e do preconceito. O próprio glamour que envolve o assunto sugere uma certa futilidade, justamente o que dá a ele a leveza e a fantasia que fascinam.
O mercado de artigos de luxo vem crescendo, provando que consumo não depende só de necessidades básicas, afinal, quem precisa de um relógio novo se já possui dois? É claro que isso é válido para uma parcela pequena da população, e quando sobra dinheiro só dá para uma camisa. Devemos capitalizar ao máximo a tal camisa, para que, além de vestir, ela possa também trazer prazer e revelar ao mundo o quão diferenciado você é.
Descobriu para que servem as marcas e as campanhas que as cercam? Para vender, é claro, mas para trazer ao homem comum um pouco daquela fantasia de ser tão desejado e especial.
Olhar custa pouco, e para começar a se informar, gaste um pouco em uma revista importada, como Uomo Vogue, Vanity Fair, GQ e tantas outras à venda em boas bancas. Faça disso um hábito, pois além de arte, cultura, variedades e entretenimento, você verá muita gente bonita e moda.
Isso tudo anda junto, assim como o sucesso e a felicidade, pelo menos é o que eles vendem. Acredita quem quer, sonhar um pouco não arranca pedaço. Compre uma gravata de boa qualidade: Hermes, Ferragamo, Hugo Boss, Armani, Prada, Dolce & Gabbana; e uma camisa, já não tão cara, mas com bom tecido, preferencialmente 100% algodão. Inspire-se nas revistas e verá que a tal felicidade vendida por elas nem está tão longe assim. Sinta-se bem sucedido, já que quase tudo é relativo, e sucesso também é um estado de espírito.
Maria Helena Lodi