Diz o Aurélio:
Balzaquiana – 1. Mulher de 30 anos, ou mais ou menos essa idade.
[F. subst. de balzaquiano; alusão ao romance A Mulher de Trinta Anos, de Balzac (v. balzaquiano).] O que muita gente não sabe é o que está por trás do adjetivo que envolve a obra do escritor francês. Nela, Honoré de Balzac retrata os conflitos de Júlia d`Àiglemont, uma mulher mal casada, que tem consciência dos problemas que envolvem um matrimônio e que se vê esmagada pelos tabus da sociedade, principalmente quando se apaixona de verdade.
Os relacionamentos mudaram muito de lá para a cá, mas nem tanto a ponto de desatualizar o romance. O retrato de Júlia ainda é o de muitas mulheres que passam pelo período: o da mulher que sofre um casamento infeliz ou (para sermos ainda mais atuais), a falta de um grande amor (muitas mulheres ainda criam estereótipos sobre o homem ideal), incertezas sobre o futuro amoroso, a diferença de tratamento em relação aos homens pela sociedade, etc.
Mas hoje os conflitos das mulheres de 30 vão muito mais além. Além da vida amorosa, há o trabalho e a corrida contra o relógio biológico (leia-se: vontade de ter filhos sem ainda ter escolhido o pai e batalha para se manter bela). Isso sem falar nas cobranças, que são muitas e vêm de todos os lados (são pais cobrando netos, você mesma se cobrando a compra da casa própria e por aí vai). E não há quem coloque na cabeça de uma mulher na crise dos 30 que ainda há muito tempo para se conquistar tudo o que foi planejado. Ninguém precisa concordar, claro, mas indiscutível é que a chegada dos 30 representa um marco na vida de muitas mulheres.