Para quem pensa que futebol é coisa de homem, a árbitra Ana Paula Oliveira é um bom exemplo de que as coisas já não são bem assim. Ela apita jogos desde os 15 anos e tem uma das carreiras mais promissoras no meio. Prova disso é que deve apitar partidas da Olimpíada de Atenas/2004.Claro que o começo não foi lá essas maravilhas, mas, aos poucos, o preconceito foi vencido e o merecido respeito chegou. Agora não tem mais aquele papo de a mandarem pilotar fogão ou alguma coisa parecida. "No começo não tinha igualdade de tratamento e tudo era mais difícil. Essa fase já passou e passaram a aceitar uma mulher em campo e a respeitar o meu trabalho", conta.
Ana Paula conserva a feminilidade e trabalha sempre com a produção visual em ordem, sem com isso perder o respeito dos jogadores e torcida. "Os jogadores me tratam sempre com muito respeito e, às vezes, me chamam de professora. Participo de grandes campeonatos e, se comentam, é sempre sobre minha atuação, e não pelo fato de eu ser mulher", diz.
A árbitra pertence à segunda geração de mulheres que se aventuraram no meio de campo e acredita que as próximas vão ter um caminho ainda mais aberto. "Não sei se os jogadores preferem homens ou mulheres apitando. Até gostaria de saber. A mulher que souber fazer bem feito vai ser sempre respeitada, mesmo que o começo seja mais complicado", avalia.