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Estudo publicado em livro revela que casais se unem por traços físicos parecidos ou iguais e pela familiaridade de comportamento

Já parou para analisar o que mais chama a atenção na pessoa que você ama? Talvez lhe lembre alguém no jeito de falar, de sorrir, de olhar. Esse alguém pode ser sua mãe, seu pai, um primeiro amor, ou até você mesmo. O atrativo pode não estar nos traços físicos, mas no comportamento. A afinidade pode ser ainda tão grande entre os dois, que ambos acabam pensando parecido, fazendo escolhas semelhantes e usando manias e trejeitos iguais. Pois bem, essas coisinhas tão básicas e complexas dos casos de amor viraram estudo da escritora Suzi Malin, apresentado no livro Por que você ama quem você ama, no qual ela identifica, através de três categorias, qual o tipo de casal.

Os perfis são: harmonismo, ecoísmo e prima-copulismo. No primeiro grupo estão os casais que têm a mesma distância matemática entre testa e ponta do nariz, base do nariz e boca, boca e queixo, existindo similaridade entre os dois, porém, eles não são parecidos. Já no ecoísmo há um eco visual, ou seja, têm igual formato da linha superior da pálpebra, da linha superior dos lábios e da sobrancelha. Aqueles enquadrados no grupo prima-copulismo representam para o par seu primeiro laço afetivo. A atração não acontece pelos traços estéticos somente, mas pelo comportamento.

No livro, Suzi Malin relata que tanto no harmonismo, quanto no ecoísmo, pode haver alto grau de atração mútua, pois um se reconhece no outro, enquanto que o amor prima-copulista pode não sentir uma atração imediata. As relações do príncipe Charles com a princesa Diane e com Camilla Parker é o caso mais expressivo do estudo. Com Lady Di, ele compartilhava proporção facial (harmonismo), mas desenvolveu grande amor por Camilla (prima-copulismo), parecidíssima com Mabel Anderson, sua primeira babá, com quem convivia a maior parte do tempo.

Se até aqui você não conseguiu encaixar seu romance em um dos grupos não há motivo para desespero. Todo mundo sabe que o amor tem suas próprias razões de ser e, às vezes, não é tão fácil se enquadrar em um perfil com tanta rigidez.

Harmonia - Namorando há seis anos, Rodolfo Bastos e Vivianne Decano Schaun Martins, ambos com 20 anos, se amam, se conhecem muito e vivem grudados, mas não conseguiram se enquadrar de primeira em nenhum grupo. Eles têm estilos e gostos parecidos, bem como a proporção dos traços. Assim, formam um casal do harmonismo resultado? Unidos, formam um belo par. Como cresceram juntos, acabaram criando hábitos parecidos.

"Às vezes, nem estamos perto um do outro e pensamos coisas parecidas. Já aconteceu de marcar para sair e usar a mesma cor de roupa", conta Vivianne. Nem precisa de muitas palavras entre os dois. "Um olha para o outro e já sabe o que está pensando, se está triste, chateado, feliz", diz Bastos.

Acaso não determina as escolhas

Nem sempre tudo caminha perfeitamente assim. E as pessoas seguem experimentando de par em par, em busca da pessoa ideal. O psicoterapeuta Antônio Pedreira, que trabalha com casais há 25 anos, explica que os amantes não se escolhem por acaso. "Quando uma pessoa escolhe outra, reedita assuntos mal-resolvidos com o seu primeiro afeto - pai ou mãe. Os atrativos podem se expressar pelos aspectos físicos ou pelo comportamento", diz Pedreira, lembrando o amor prima-copulista, no qual o amante enxerga no amado os traços do seu primeiro amor.

Isso explica porque a pessoa apaixonada usa quatro frases especiais: "te conheço de algum lugar", que expressa reconhecimento dos traços do primeiro afeto; "curioso como a gente namora há pouco tempo e parece que são anos", significa atemporalidade, familiaridade física e afetiva; "com você, me sinto completo", sinal de reunificação à figura materna ou paterna; "não posso mais viver sem você", denota necessidade de manter ao seu lado a réplica do primeiro afeto.

Essas quatro situações, ressalta o psicoterapeuta, ocorrem com qualquer pessoa, independente de ter tido pais amorosos, pois em algum momento é natural que surjam lacunas, sobretudo, após um ano e oito meses de nascimento, quando a criança recebe os primeiros "nãos" e percebe que o amor tão incondicional também impõe limites.

Correio da Bahia

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