Um hormônio associado ao estresse, que afeta a liberação de óleos na pele, pode ser uma causa potencial de problemas cutâneos, como pele excessivamente oleosa ou seca, explicando a relação entre o estresse e o aparecimento da acne, afirmaram pesquisadores alemães."O estresse pode aumentar a produção de neuropeptídios na pele que regulam a oleosidade", disse o principal autor do estudo, Christos C. Zouboulis, vice-presidente do Departamento de Dermatologia da Universidade Livre de Berlim, Alemanha. "Essa é a primeira vez que uma evidência clara foi mostrada."
Pesquisas anteriores sugerem uma ligação entre o estresse ambiental e o desenvolvimento da acne. Os pesquisadores suspeitavam que a presença desse hormônio ligado ao estresse nas glândulas da pele poderia ser o mecanismo responsável.
Os cientistas estudaram o hormônio liberador da corticotropina, ou CRH, que mostrou ter uma função central na reação do corpo ao estresse. Zouboulis e sua equipe examinaram se o hormônio estava presente e agia nas glândulas sebáceas, que estão localizadas na pele e liberam óleos sebáceos.
No artigo, publicado na edição de 14 de maio da revista Proceedings of the National Academy of Sciences, os pesquisadores confirmam que, além de ser produzido pelo sistema nervoso central, o CRH também é feito pelas glândulas sebáceas da pele. Eles também descobriram que o hormônio pareceu estimular as glândulas da pele para aumentar a produção de óleos.
No entanto, o efeito do hormônio sobre a pele também foi influenciado pela presença de outros hormônios, como o do crescimento e a testosterona, indicando que a interação é mais complicada do que a simples relação causa e efeito. "Na verdade, provavelmente não há apenas um hormônio, mas a situação do jogo entre os jogadores diferentes", disse Zouboulis.
Caso esses resultados forem confirmados em mais estudos e em experimentos com pessoas, o CRH e um bloqueador de CRH poderiam ser produzidos em forma de remédio para ajustar a liberação de óleos pelo corpo, observou o co-autor da pesquisa, Samuel M. McCann, do Centro de Pesquisa Biomédica Pennington, da Universidade de Louisiana, em Baton Rouge.
"Isso precisa ser checado em um tecido intacto e também "in vivo", para saber se será terapeuticamente vantajoso", disse McCann. "Vamos levar algum tempo para provar isso, mas há muitas esperanças."