O uso de ácidos renovadores (glicólico, retinóico e seus derivados) podem ser usados à noite. Cremes com vitamina C, com ações antiradical livre e clareadora, durante o dia.
Rosto: cuidados básicosNão há relação entre a cor e o tipo de pele. Uma pessoa morena ou negra pode ter a pele oleosa, normal, seca ou mista.
"Mas, em geral, a pele do rosto é mais untuosa e, salvo exceções, a do corpo é ressecada", explica a dermatologista Ana Lúcia Récio.
Cravos e espinhas são comuns na região do nariz, queixo e testa (a zona "T" do rosto) e, se forem espremidos de maneira errada, podem deixar cicatrizes.
Recomenda-se desinfetar a área com loção anti-séptica e passar creme ou gel secativo. Além disso, os cuidados diários, para a manutenção e saúde da pele, devem obedecer a uma certa disciplina.
A tonificação da pele, por exemplo, é um complemento da limpeza que ajuda a ativar a circulação, deixando a pele limpa e fresca. "Já a aplicação de ácidos em alta concentração e de peeling só deve ser feita com orientação médica", alerta a dra. Ana Lúcia.
Corpo: hidratante sempre
Há casos em que o ressecamento da pele do corpo é excessivo, causando a sensação de repuxamento e desconforto, além de resultar numa aparência acinzentada. O problema pode estar relacionado a fatores genéticos ou hereditários ou, ainda, a banhos quentes e demorados e ao uso de sabonetes sem componentes hidratantes. "Banhos rápidos com água morna e o uso de um bom hidratante após os mesmos é fundamental para manter o viço da pele", explica a dermatologista.
Proteção natural
Segundo a dermatologista Patrícia Rittes, o número de melanócitos - as células responsáveis pela pigmentação - é igual para a pele negra e branca. A diferença é a hiperatividade dessas células, que acabam produzindo uma quantidade maior de melanina, pigmento que também funciona como um fotoprotetor da pele, amenizando a ação dos raios ultra-violetas e retardando os sinais de envelhecimento. Ainda em função da hiperatividade dos melanócitos, pessoas negras são menos propensas a ter câncer de pele.
Filtro solar, sim!
Mas essa proteção natural não dispensa o uso de filtro solar. Quando há excesso na exposição ao sol, a pele negra também fica castigada, sensível. Depois, podem aparecer manchas, marcas e até brotoejas. "É importante o uso diário de filtro 6 e, na praia, 10 ou até mais, dependendo do tempo de exposição ao sol", orienta a dra. Patrícia.
Cicatrização delicada
A pele negra é mais resistente e, ao mesmo tempo, delicada. Durante o processo de cicatrização de um corte ou de uma ferida, a produção excessiva de melanina favorece o aparecimento de manchas escuras (hiperpigmentadas). "Nesse caso, a pessoa deve tratar o local, durante a cicatrização, com vitamina C tópica, que elimina rapidamente a hiperpigmentação pós inflamatória", recomenda dra. Patrícia. Quando a mancha já se formou, são indicados cremes clareadores como hidroquinona, ácido kógico, entre outros.
Tendência à quelóide
Cerca de 19% das pessoas negras têm maior tendência à quelóide, uma lesão benigna provocada por uma alteração na cicatrização da pele. As células responsáveis por esse processo, chamadas fibroblastos, produzem mais colágeno que o necessário, o que resulta na formação de pele em excesso na região cicatrizada.
Além de comprometer o visual, o quelóide pode causar irritação, coceira e dor. Umas das soluções é tratar o local com curativos à base de corticóide ou silicone ou, ainda, com infiltração intralesional corticóide. A aplicação de laser em cicatrizes também promete bons resultados.
Pêlos rebeldes
Há outro problema comum à raça negra: os pêlos ulotríquios. São pêlos que enrolam muito ao nascerem, encravando, inflamando e, conseqüentemente, deixando marcas. "Hoje, o laser elimina esse tipo de pêlo", diz a dra. Rittes.
Eliane Mesquista / Especial para o Terra