Mães que passaram por uma cesárea aumentam suas chances de romper o útero se na próxima gravidez optarem pelo parto normal. O risco é maior se o trabalho de parto for induzido, diz um novo estudo.De 1989 a 1996, a taxa de partos normais após uma cesárea aumentou 50% nos Estados Unidos, para 28 de cada 100 mulheres. Em 1999, este número recuou para 23 a cada 100. O rompimento uterino é uma complicação rara, mas muito grave. Pode resultar em histerectomia, tranfusões de sangue ou morte para a mãe e dano cerebral ou morte para o bebê.
Pesquisadores da Universidade de Washington estudaram o assunto analisando 20.095 mulheres que tiveram seu primeiro filho por cesárea e depois tiveram uma segunda criança. Houve 91 casos de rompimento de útero, de acordo com os resultados publicados no New England Journal of Medicine.
Comparadas às mulheres que repetiram a cesárea sem trabalho de parto, os pesquisadores disseram que as que entraram em trabalho de parto espontaneamente têm três vezes mais chances de ter rompimento uterino. Mulheres cujo trabalho de parto foi induzido - mas não com um tipo de droga conhecido como prostaglandina - têm risco quase quatro vezes maior de ruptura. O perigo é até 15 vezes maior para as mulheres que tomaram prostaglandina.
"Isso não significa que nosso estudo sugere que nenhuma mulher deve passar por parto normal após cesárea. O que dizemos é que os riscos de se fazer isso não eram completamente apreciados", disse um dos pesquisadores, doutor Thomas R. Easterling.