Giorgio Armani voltou nesta quinta-feira às tonalidades e texturas que fizeram o mundo da moda se apaixonar por ele pela primeira vez há muitos anos, expondo uma coleção que foi o resumo da elegância européia, e ao mesmo tempo, inspirada em desenhos étnicos.Enquanto outros estilistas andam pintando suas coleções masculinas de primavera/verão 2003 de diversos tons de branco, Armani voltou às cores que ele conhece e faz melhor: as naturais. Mas não estamos falando de enfadonhos cinza, cáqui ou pedra. Em lugar disso, pense no azul profundo do mar ou na espuma das ondas quebrando sobre pedras. Agora tinja suas roupas dessas cores, e você estará sendo bem Armani.
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"Adorei as cores, especialmente o azul-mar ou azul-céu claro, com desenhos estampados ou incluídos na própria trama do tecido", disse Mario Boselli, diretor da Câmara Nacional de Moda. A genialidade de Armani se manifesta na hora de conferir vida e elegância às cores, tecendo a fazenda em listras diagonais sutis ou em xadrez minúsculo, ou, então, fazendo o tecido brilhar sob um acabamento amassado.
"Esse é Armani como o conhecemos", disse um editor de moda italiano. "Cores realmente belas e alguns cortes cheios de estilo que vão salvá-lo da acusação de não ter feito nada de novo."
No que diz respeito aos cortes, Armani acompanhou o resto dos estilistas num passeio ao Oriente, expondo paletós de ternos com golas orientais redondas. Se você gosta demais de golas européias compridas, pelo menos use-as com uma camisa de seda com gola redonda por baixo, sem gravata.
A essência da coleção foi o clima de informalidade e descanso, mesmo ao trabalho. As calças dos ternos tinham corte quase tão reto e largo quando calças de pijama, usadas ou com tradicionais sapatos marrons pesados, amarrados com cadarço, ou com mocassins cor pedra com uma pequena abertura no dedão.
O look étnico estava presente na seda de listras largas usada nas calças largas cortadas na metade da panturrilha, como a roupa dos lavradores nos arrozais do Oriente. "O mundo é muito pequeno, e somos todos viajantes", disse Armani, após o desfile. "O importante é saber vestir à sua própria maneira os estilos étnicos belíssimos que você encontra no exterior. É quase uma brincadeira - continuar fugindo mesmo quando se está em casa."