As mulheres com câncer de mama e antecedentes familiares da doença são mais propensas a desenvolver câncer de ovário, afirma um estudo publicado hoje, quarta-feira, na revista médica britânica The Lancet. Até agora sabia-se que as mulheres que tenham os genes do câncer de mama BRCA 1 e BRCA 2 correm um risco maior de contrair a doença nos ovários.Porém, cientistas do Instituto Karolinska de Estocolmo disseram que as mulheres sem esses genes, cujo histórico familiar apresente casos de câncer, também correm esse risco. Os especialistas alertam que as jovens com câncer de mama, que tenham familiares com essa doença nos ovários, devem ser examinadas exaustivamente.
A possibilidade de retirar os ovários deveria ser considerada em alguns casos, para eliminar o risco de desenvolver o tumor, segundo sugestão dos cientistas suecos, que analisaram dados clínicos de 30 mil mulheres na Suécia com câncer de mama.
Entre elas, apenas 122 desenvolveram câncer de ovário, mas a cifra, embora pequena, determina a necessidade de avaliar, reconhecer e reduzir o risco.
O médico Kjell Bergfeld, do departamento de epidemiologia do Instituto Karolinska, disse que se este resultado for confirmado por outros centistas será possível identificar os grupos de maior risco por meio da análise dos antecedentes clínicos.
O especialista acentuou que embora não recomende uma cirurgia para retirada dos ovários (ovariotomia) às mulheres de maior risco, opina que médicos e pacientes deveriam considerar esta opção. O professor John Smythe, oncologista da Universidade de Edimburgo (Escócia), declarou hoje que a possibilidade de aparecer outro tipo de câncer, inclusive o de ovário, é muito alta entre as jovens com carcinoma de mama.