As irmãs do Orfanato de Nazaré, na cidade australiana de Brisbane, foram acusadas hoje, quarta-feira, no Supremo Tribunal de Queensland de abusar das meninas das quais cuidavam nos anos 40 e 50, informaram meios de imprensa locais.A denúncia foi feita por um grupo de antigas alunas do orfanato, uma das quais, Lizzie Walsh, alegou ter sido estuprada com um pau por uma monja que dizia querer tirar o demônio que ela levava dentro do seu corpo, segundo as fontes. Outras mulheres denunciaram sessões de tortura nas quais eram obrigadas a tirar as roupas umas das outras, apanhavam e inclusive tinham seus corpos grampeados.
O Orfanato de Nazaré pagou indenizações de mais de US$ 35 mil a antigas alunas em acordos extrajudiciários, embora sem confirmar ou negar publicamente os abusos. As novas acusações se juntaram a uma longa lista de casos descobertos este ano e à investigação anunciada na semana passada pela Igreja católica para determinar a veracidade das denúncias contra o arcebispo de Sydney, George Pell. Pell foi recentemente acusado de abusar sexualmente de um menino de 12 anos durante um acampamento católico de verão em 1961, alegações que o arcebispo negou e pelas quais a vítima não apresentou queixa judicial.
A Igreja anunciou ontem que a investigação sobre o caso, dirigida pelo Comitê Nacional de Valores Profissionais, será secreta, da mesma forma que o seu resultado. Entretanto, Pell se demitiu temporariamente de seu cargo e foi substituído pelo arcebispo David Cremin.
Em junho, a Igreja católica australiana foi acusada de pagar pelo menos um milhão e meio de dólares (1,53 milhão de euros) em uma tentativa de comprar o silêncio de 126 vítimas de abusos sexuais cometidos por 22 de seus membros nos últimos seis anos.