Um exame não-invasivo para diagnosticar a síndrome de Down pode se tornar mais acurado se a avaliação do fluxo sanguíneo entre o cordão umbilical e o coração do feto for combinada com os dados de um exame de ultra-sonografia chamado translucência da nuca, informaram pesquisadores na quinta-feira.A equipe da Escola de Medicina do St. Georges Hospital, em Londres, avaliou 256 mulheres entre a 11a. e 14a. semanas de gestação. As mulheres foram atendidas na unidade de medicina fetal do hospital durante um período de 18 meses. Os pesquisadores realizaram exames de translucência da nuca, ultra-sonografia que avalia a parte posterior do pescoço do feto, na região da nuca. Eles também usaram um exame de imagens chamado Doppler colorido - um outro tipo de ultra-som - para determinar se o fluxo sanguíneo do coração do feto para o cordão umbilical - na região do chamado ducto venoso, o canal entre essas duas estruturas - era normal durante a contração das câmaras cardíacas superiores.
O estudo, publicado no British Journal of Obstetrics and Gynaecology, confirmou haver uma clara associação entre o fluxo sanguíneo anormal no ducto venoso e a ocorrência de anomalias cromossômicas no feto, como pesquisas anteriores haviam demonstrado. O fluxo anormal de sangue nesse canal elevou em dez vezes o risco de ocorrência de anormalidades cromossômicas.
Os pesquisadores verificaram que a sensibilidade do exame de diagnóstico da síndrome de Down aumentou para 93,5 por cento quando a avaliação do duto venoso foi realizada em combinação com a translucência da nuca. Em geral, o uso isolado deste tipo de ultra-sonografia tem sensibilidade de 80,4 por cento, enquanto a sensibilidade do teste feito com Doppler é de 58,7 por cento.
No entanto, a equipe de Basky Thilaganathan alertou: "A natureza especializada da velocimetria por Doppler do ducto venoso realizada no primeiro trimestre pode retardar a ampla aceitação desse teste nas avaliações".