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Preparo físico reduz efeito vascular do estresse em mulheres
Segunda, 02 de setembro de 2002, 14h37

Mulheres com bom condicionamento físico podem evitar os efeitos do estresse sobre o corpo e até obter proteção contra a hipertensão, informaram pesquisadores. "Um dos possíveis benefícios que o preparo físico proporciona às mulheres é a redução da resposta da pressão sanguínea ao estresse, fato que pode ajudar a explicar a diminuição do risco de hipertensão e de doença coronariana entre aquelas com bom condicionamento físico," disse Rod K. Dishman, professor ciência do exercício da Universidade da Geórgia, em Athens.

Alguns estudos mostraram haver conexão entre a reação do organismo a testes de estresse físico e mental, como mergulhar a mão de uma em água gelada, e a probabilidade de desenvolver hipertensão no futuro. Outras pesquisas, porém, não detectaram essa correlação.

Os cientistas suspeitavam que o nível de condicionamento físico de uma pessoa pudesse influenciar a resposta ao estresse e que as pessoas mais bem preparadas fisicamente fossem capazes de resistir melhor aos efeitos do estresse. A pesquisa demonstrou que pessoas com bom desempenho cardiovascular são menos propensas a sofrer de hipertensão. "É possível que parte dessa diminuição de risco seja decorrente da reatividade menor aos fatores de estresse," disse Dishman.

De acordo com o pesquisador, estudos anteriores avaliaram o assunto, mas não definiram condicionamento físico, não levaram em consideração a questão do gênero nem a do controle para fatores como raiva e desconforto. "Uma das possíveis razões pelas quais os estudos anteriores apresentaram resultados confusos é que não levaram em conta os níveis de condicionamento físico," observou Dishman.

No trabalho atual, a equipe colocou 13 homens e 13 mulheres, todos com idade entre 19 e 38 anos e níveis de atividade física superiores à média, em bicicletas ergométricas e mediram o condicionamento cardiorrespiratório deles.

Os pesquisadores submeteram os voluntários a estresse mental ao pedir que resolvessem problemas matemáticos. Depois, colocaram-nos sob estresse físico ao pôr uma compressa de gelo na testa ou ao mergulhar a mão direita na água fria por 2 minutos.

Durante os experimentos, os cientistas mediram a pressão sanguínea, a frequência cardíaca e respiratória e o fluxo de sangue dos participantes. Também avaliaram a raiva, o desconforto e a dificuldade sentida por cada voluntário durante os testes, segundo artigo publicado na edição de setembro da revista Psychophysiology.

A equipe de Dishman constatou que, enquanto os voluntários permaneceram com as mãos submersas na água gelada, a pressão sistólica das mulheres - o número mais elevado na leitura da pressão sanguínea - aumentou. As mulheres com maior condicionamento físico, porém, foram menos propensas a apresentar essa reação. A associação entre o condicionamento físico e a pressão sanguínea não foi verificada entre homens.

A equipe de Dishman levantou a hipótese de que a adaptação do corpo ao estresse provocado pelo exercício físico pode ser generalizado a outras formas de estresse. O teste de imersão da mão é usado, às vezes, para prever o risco de as mulheres desenvolverem hipertensão no futuro, e os resultados desse trabalho mostraram que o nível de condicionamento de uma mulher deve ser levado em consideração quando o teste for aplicado, observou a equipe.

Reuters Health

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