Os homens e mulheres que vivem casados gozam de melhor saúde que o resto das pessoas, e dentro do casal a saúde de um influi sobre a do outro, segundo estudo da Universidade Bringham Young publicado neste fim de semana. "O caso é que a saúde de um cônjuge é um indicador firme da saúde do outro, tanto como o nível de educação e o status econômico, que são dois fortes indicadores da saúde", assinalou Sven Wilson, professor de ciência política especializado em aspectos econômicos e demográficos da saúde.
O estudo se publica na edição de setembro da revista Social Science and Medicine.
"Quando tratam de assuntos de saúde, os médicos e os políticos deveriam lembrar que os pacientes em geral têm casais que batalham com seus próprios problemas de saúde", indicou Wilson.
O estudo assinala que os programas de assistência da saúde deveriam voltar-se para a família, e não só aos indivíduos, já que as pessoas que têm um cônjuge doente enfrentam problemas financeiros, e a condição de seu casamento pode ser um indicador de seus próprios transtornos de saúde não detectados.
Outros estudos que Wilson menciona tinham estabelecido que as pessoas casadas, em geral, são mais saudáveis que as pessoas sós.
Wilson obteve a informação sobre estilos de vida e características demográficas de mais de 4.700 casais com mais de 50 anos procedente de uma enquete nacional realizada em 1992 sobre aspectos da saúde e da aposentadoria.
Depois empregou modelos estatísticos para determinar em que medida as características dos sujeitos influíram em sua saúde em geral.
O pesquisador encontrou uma firme correlação entre a saúde de uma e outra pessoa em um casal.
Por exemplo, um homem de pouco mais de 50 anos que goza de boa saúde tem 5 por cento de probabilidades de ter uma esposa com boa saúde e 2 por cento de estar casado com uma mulher doente.
Mas, um homem doente tem 24 por cento de probabilidades de estar casado com uma mulher saudável, e 13 por cento que sua esposa tenha problemas de saúde. Segundo Wilson são vários os fatores que explicam essa relação.
"Sabemos que as pessoas tendem a escolher cônjugue com antecedentes similares, e também sabemos que o nível de educação e o status econômico são indicadores provados da situação de saúde", acrescentou.
"De modo que se as pessoas com as mesmas características de saúde se casam entre si, é lógico esperar que terão condições de saúde semelhantes", segundo Wilson.
O pesquisador também encontrou que os casais tendem a tomar opções similares depois que se casam, que afetam sua saúde, com o que bebem e comem, e se fumam.
Wilson suspeita que outras causas podem encontrar-se para a orrelação que encontrou entre a saúde dos cônjuges, fatores que não podem observar-se a partir dos dados que estudou.
"Os cônjuges compartem, obviamente, os riscos ambientais: respiram o mesmo ar, estão expostos aos mesmos germes", acrescentou.
Outro fator, provavelmente, é que os cônjuges compartem as vicisitudes emocionais, problemas tais como a criação dos filhos, e está também a carga de ser quem cuida ao cônjuge doente", assinalou Wilson.
