As mulheres que consomem uma quantidade menor de vitamina E podem ter um risco maior de doença cardíaca e derrame, mesmo sem apresentar outros fatores de risco associados, segundo pesquisadores italianos.O estudo verificou que as mulheres com um consumo maior de vitamina E tiveram menos placas na região da bifurcação da carótida, ramificação em forma de Y das artérias localizadas no pescoço onde geralmente inicia o acúmulo de placas. Essa formação do material, processo conhecido como aterosclerose, é um dos principais fatores de risco para doença cardíaca e derrame.
Os resultados sugerem que a vitamina E - encontrada em amêndoas, azeite de oliva e alguns vegetais - poderia oferecer proteção contra os estágios iniciais da formação de placas, informou a equipe de Paolo Rubba, da Universidade Federico II, em Nápoles (Itália).
O trabalho foi publicado na edição de setembro do American Journal of Clinical Nutrition.
A equipe avaliou 310 mulheres, na faixa etária entre 30 e 69 anos, e mediu os níveis sanguíneos de vitaminas A, C, E e outros antioxidantes. Também entrevistaram as voluntárias sobre seu histórico médico, uso de drogas e hábitos pessoais, além da frequência de consumo de vários alimentos.
As mulheres foram divididas em três grupos a partir do consumo de alimentos ricos em vitamina E. Ninguém usava suplementos alimentares.
Quem informou consumir mais alimentos ricos em vitamina E teve uma deposição de placas menos intensa na bifurcação da carótida, verificou a equipe.
Entre mulheres que já tinham passado pela menopausa, quem consumiu menos vitamina E foi quase três vezes mais propensa a placas nas artérias, independentemente de idade, hábito de fumar, pressão sanguínea, índice de massa corporal (IMC) e outros fatores de risco para doença cardíaca.
Quem teve uma relação baixa entre níveis de vitamina E e colesterol foi quase duas vezes mais propenso a placas na carótida, indicou o trabalho.
As conclusões sugeriram uma associação entre consumo de vitamina E e placas arteriais, mas não ficou claro o mecanismo de ação da vitamina E na prevenção da deposição de placas.
A vitamina E é um antioxidante e neutraliza os efeitos dos radicais livres, moléculas que danificam as células e podem contribuir para formação de placas. Entretanto, o estudo não encontrou associação entre outras vitaminas antioxidantes como A, C e betacarotenos e placas arteriais.
São necessárias mais pesquisas sobre o potencial da vitamina E no combate a placas, concluíram os pesquisadores.