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Forma normal de genes ligados ao câncer de mama conserta DNA
Sexta, 13 de setembro de 2002, 11h37

Há anos, os cientistas sabem que mutações em dois genes, o BRCA1 e o BRCA2, aumentam o risco de câncer de mama e de ovário. A função das versões normais desses genes, porém, nunca foi clara. Agora pesquisadores de Nova York descobriram evidências de que a proteína codificada pela versão sem alteração de um desses genes - o BRCA2 - ajuda a fazer os reparos genéticos que evitam o desenvolvimento de tumores.

Em agosto, uma equipe da Universidade Stanford informou que a versão saudável do BRCA1 age de forma semelhante e ajuda a identificar e a reparar os danos do DNA. As mutações no BRCA1 e no BRCA2 ocorrem em cerca de 1 em cada 40 mulheres descendentes de judeus asquenaze e foram associadas ao aumento do risco de câncer de mama e de ovário.

Quando ocorre uma mutação no BRCA2, os cromossomas ficam instáveis em função de defeitos na recombinação homóloga, processo de reparo de pontos danificados da dupla hélice de DNA. Entretanto, a forma como o BRCA2 participa desse processo permanece desconhecida. Ao avaliar a estrutura do BRCA2, a equipe de Nikola P.Pavletich, do Centro de Câncer Memorial Sloan-Kettering, em Nova York, conseguiu demonstrar que o BRCA2 intervém diretamente no processo de recombinação homóloga.

Embora existam pistas sugerindo que tanto o BRCA1 quanto o BRCA2 interfiram no reparo do DNA, os resultados desse estudo "colocam os indícios em bases sólidas ao oferecer evidências estruturais e bioquímicas de que o BRCA2 está diretamente envolvido no reparo de rupturas na dupla hélice de DNA", afirmaram John H.Wilson e Stephen J. Elledge, da Faculdade de Medicina Baylor, em Houston (Texas), em editorial sobre a pesquisa.

Wilson e Elledge consideram as conclusões "profundas", mas continua um mistério o motivo que leva as mutações no BRCA2 a provocar tumores em um grupo bem definido de tecidos humanos, informaram os editorialistas.

"Mamas e ovários são expostos a taxas mais altas de danos no DNA?", questionaram os especialistas. "Os outros tecidos têm um sistema de reparo de DNA melhor e, se isso realmente ocorrer, qual seria o mecanismo? Esses tecidos (mama e ovário) seriam menos eficientes na eliminação de células com defeitos no BRCA, possibilitando o aumento das mutações e a formação de tumores?"

Reuters Health

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