Mais de 100 mil norte-americanas usaram a pílula abortiva Mifeprex (mifepristone) desde que a droga começou a ser comercializada no país, no final de 2000, informou o Danco Laboratories, fabricante de medicamentos com sede em Nova York.As vendas do mifeprex - conhecido como RU-486 - cresceram 36 por cento nos Estados Unidos nos primeiros oito meses de 2002, em comparação com o ano anterior, indicando que o uso está em ascensão, anunciou o laboratório. A empresa privada, que obteve licença da organização não-governamental Population Council para comercializar a droga nos EUA, não divulgou o volume de vendas.
Defensores do direito ao aborto consideram há muito tempo que a pílula pode aumentar o acesso das mulheres a serviços de interrupção da gravidez, além de possibilitar a aplicação por profissionais não treinados na realização de abortos cirúrgicos.
Quando o medicamento foi lançado nos Estados Unidos, quase todas as prescrições eram feitas em clínicas de aborto, mas esta situação parece estar mudando, informou o laboratório na terça-feira.
Atualmente, instituições privadas respondem por cerca de 17 por cento das vendas e representam 63 por cento dos lucros, informou a empresa.
O mifeprex é administrado por via oral. Foi aprovado para ser usado até sete semanas após o início do último período menstrual e pode ser tomado logo após a confirmação da gravidez. A droga bloqueia a progesterona. A ausência do hormônio provoca o rompimento do revestimento do útero e, consequentemente, acarreta sangramento, interrompendo a gestação.
O mifeprex é usado como parte de um sistema que inclui o misoprostol, droga que induz contrações. A efetividade da combinação na interrupção da gravidez é de cerca de 92 a 95 por cento, informou a Danco.