Quando pais ficam nervosos com filhos desobedientes, a maioria não bate nas crianças e, em vez disso, lhes dá uma bronca. No entanto, a agressão verbal pode ser tão prejudicial quanto umas palmadas, de acordo com pesquisadores dinamarqueses.Segundo psicólogos, as crianças vítimas de agressão física estão propensas a apresentar baixa auto-estima e insegurança no futuro. Mas poucas pesquisas sobre os efeitos da bronca foram feitas.
"O amor próprio é prejudicado quando você é punido de uma forma ou de outra", disse Erik Sigsgaard, do Centro Dinamarquês de Pesquisa em Instituições, que realizou o estudo.
Como parte da pesquisa, crianças de uma creche foram observadas e entrevistadas no período de 1994 e 2002.
Mais da metade afirmou que odiava quando levava bronca e acreditava que o adulto ainda estava bravo, mesmo muito tempo depois.
Geralmente, as crianças sentiam-se chateadas mesmo quando os pais e professores não achavam que tinham dado bronca, de acordo com o estudo.
"Não se pode afirmar que é melhor dar bronca na criança do que dar umas palmadas. Quando se pune uma criança, passa-se a sensação de que isso não vale nada", disse Sigsgaard à Reuters.
Um menino afirmou que levar bronca é quando uma pessoa bate com a voz. As crianças vêem pouca diferente entre a violência física e verbal, segundo o pesquisador.
Uma baixa auto-estima e problemas para se relacionar com os outros e estabelecer laços íntimos são os problemas mais comuns entre crianças que sofreram abuso.
As palmadas tornaram-se menos comuns e até mesmo ilegais em alguns países. No entanto, a maioria dos pais e professores grita com crianças desobedientes, tanto no ambiente privado quanto público.
De acordo com a convenção de direitos infantis da Organização das Nações Unidas (ONU), as crianças têm o direito à proteção contra a violência e o abuso físicos e psicológicos. Sigsgaard aconselhou os pais a dar a opinião aos filhos com uma voz normal, sem gritar.
"Os pais que querem ter um bom relacionamento com os filhos não devem dar muita bronca, ou vão ficar sozinhos. Isso é uma tolice, pois estamos afastando o que é mais querido para nós."