As mulheres que começam a fumar na adolescência são 70 por cento mais propensas a desenvolverem câncer de mama comparadas às não-fumantes, afirmaram cientistas canadenses nesta sexta-feira.Mas aquelas que iniciaram o hábito mais tarde, após a primeira gravidez, têm uma chance menor de sofrer da doença.
O médico Pierre Band, do Departamento Nacional de Saúde do Canadá (Health Canada), em Quebec, e sua equipe da Agência de Câncer da Colúmbia Britânica, em Vancouver, entrevistaram 2.000 mulheres com e sem câncer de mama, em um estudo para determinar o impacto do tabagismo sobre o risco da enfermidade. Do total de mulheres, 1.400 passaram pela menopausa.
"Nossos resultados sugerem que fumar exerce uma ação dupla na mama, com efeitos diferentes em mulheres na pré e na pós-menopausa", afirmou Band, cuja pesquisa está publicada na revista científica The Lancet.
Os cientistas verificaram que, entre as mulheres mais jovens, o risco de câncer de mama aumentava se elas tinham começado a fumar nos cinco primeiros anos da puberdade. Mas entre as mais velhas, o tabagismo não aumentava as chances da doença, independentemente de quando começaram a fumar.
Os pesquisadores também observaram um risco reduzido entre as que iniciaram o hábito após a primeira gravidez.
Band e sua equipe acreditam que o tecido da mama pode ser sensível aos agentes causadores de câncer durante a puberdade, quando os seios estão em desenvolvimento.
"Nossas observações reforçam a importância de prevenir o tabagismo, especialmente no início da adolescência", apontou.