Privadas da liberdade, muitas das 152 mulheres que cumprem pena na Penitenciária Feminina, em Mata Escura, partilham a dor de não poder exercer o direito de serem mães. "Na hora em que trancam as celas, sinto uma falta imensa de meus filhos. Estou pagando um preço muito alto", desabafa Márcia Ribeiro Soares, 29 anos, condenada por tráfico de drogas. Ela recebeu ontem visita do filho mais velho, 12 anos."Ele é o mais apegado a mim. Pediu ao marido de uma outra presa para trazê-lo porque estava com saudades", fala, enxugando as lágrimas. Ela tenta minimizar a saudade trabalhando na limpeza e nos serviços de jardinagem da penitenciária. "Tenho que cumprir um ano e seis meses. Cada três dias de trabalho é menos um na pena. Quero sair daqui logo para cuidar de meus quatro filhos", afirma.