F., 32 anos, casou virgem há 9 anos
“Mesmo quando era recém-casada não tinha vontade de ter relação com o meu marido, nunca o procurava. Falando com as amigas eu me sentia diferente porque ouvia histórias malucas, elas falavam que adoravam, que morriam de vontade de transar a toda hora e diziam detalhes picantes das relações e do orgasmo. Tudo o que elas contavam era muito diferente do que acontecia comigo. Eu não tinha desejo nenhum e não sentia absolutamente nada durante o sexo, era como se meu marido estivesse tocando em qualquer outra parte do meu corpo. Fui criada pela minha avó, que sempre dizia que os homens não prestavam e fiquei com medo deles, achava que se demonstrasse prazer ou fizesse cara de quem estava satisfeita, meu marido fosse rir de mim ou ter despeito. Quando a minha filha nasceu, tudo piorou. Sempre tive relações por obrigação, mas aí, tudo ficou mais distante ainda. Na hora da transa eu pensava nos problemas do dia e da vida, realmente não conseguia me soltar. Resolvi ir ao ginecologista para contar o problema e ele disse apenas que eu deveria tentar mais vezes. Segui a recomendação mas nada mudava. Voltei lá e ele me encaminhou pra terapia. Isso mudou a minha vida. Descobri que não conhecia o meu corpo, que não me olhava, não sabia nem como era a minha vagina. Passei a me descobrir. Olhava meu corpo e me tocava na frente do espelho e assim fui desenvolvendo a minha sexualidade. Nunca tinha me masturbado e nem sabia como era, descobri aos 32 anos junto com o meu primeiro orgasmo. Meu marido sentiu muita diferença e me compreendeu desde o início, dando muito apoio. Depois dessa guinada, passei a me cuidar mais, a usar anéis, relógios, pulseiras e até mudei os cabelos. Estou sentindo mais prazer pela vida.”
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Camila Tavares / Especial para o Terra
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