No filme Sideways - Entre Umas e Outras um dos personagens vai se casar em uma semana e resolve sair com um amigo para aproveitar os últimos sete dias "de liberdade". O amigo quer beber e jogar golfe, mas ele só pensa em uma coisa: transar! O desespero é gritante, tanto que em cada lugar que os dois vão, Jack, o personagem de Thomas Haden Church, fica de antenas ligadas à procura de uma presa.
O medo dele é casar e nunca mais ter a oportunidade de transar com outras ou ter noites selvagens de amor.
Uma pergunta fica no ar: se é tão desesperador pensar que nunca mais você vai poder transar com outra por que as pessoas querem casar? Ou melhor, será que não dá para transar com a mesma pessoa de modo diferente? Ou será que a infidelidade deve ser consentida, de ambas as partes, para manter um casamento feliz? Essas são perguntas que atormentam as almas masculinas e femininas há muito tempo.
Por que o casamento tem que ser sinônimo de monotonia e tédio, principalmente quando o assunto é sexo? Seria culpa das mulheres que se envolvem com a maternidade e acabam esquecendo-se que ainda são fêmeas? Ou seria culpa dos homens que têm uma necessidade gritante de "comer no quintal alheio"? Ou uma mistura dos dois, trocando-se o sexo, é claro. Já que as mulheres também gostam do quintal alheio e os homens também ficam largados quando casam, exibindo com orgulho barrigas homéricas, o que acaba com qualquer tesão!
Como conclusões sobre os sentimentos do ser humano sempre são difíceis, mais uma pergunta fica no ar: será que o casamento também pode ser regado a hedonismo? Quem ousa dizer que tem essa resposta?