Walter - Já namoro há 5 anos e praticamos sexo anal, sempre com preservativo. Mas algumas vezes tenho a intenção de dispensar a camisinha porque acho mais prazeroso. Porém, ficamos com muito receio. Afinal, no coito anal, o que exatamente transmite o vírus da aids? É o contato pênis-ânus ou o contato esperma-ânus? Na relação de mútua confiança, não poderíamos praticar sem o preservativo?Laura Müller - Esses são excelentes questionamentos. Vamos respondê-los por etapas: o sexo anal é uma prática que, em geral, provoca pequenas fissuras (lesões) no ânus. Essas micro-feridas, por menores que sejam, são portas de entrada (e saída) de vírus e bactérias, inclusive o vírus da aids.
O esperma também pode ser um grande transmissor de aids e de outras DST (doenças sexualmente transmissíveis): nele pode conter uma alta concentração de vírus, como o da aids.
Ou seja, não dá para dispensar a camisinha. A prática anal é, na escala das práticas sexuais, a que apresenta o maior risco de contágio ou transmissão de DST e de aids.
Quanto à questão do prazer e da sensibilidade, que tal enxergar pelo seguinte ângulo: o preservativo é feito de um material extrafino. Se a gente for pensar bem, quase não se sente a presença dele, não é verdade? É tudo uma questão de se habituar a usá-lo. E de se conscientizar de sua importância para resguardar a saúde sexual!
Por mais confiança que a gente tenha na parceira ou no parceiro, sexo sem camisinha é algo meio fora de cogitação nos tempos modernos. Ainda mais se levarmos em conta que podemos ter vírus de relações anteriores encubados no nosso organismo, quer dizer, sem se manifestar. E muitas vezes sem a gente perceber a existência deles! Só que eles existem e podem nos incomodar a qualquer momento, assim como podem ser transmitidos para a pessoa com quem nos relacionamos. E vice-versa.
A dica é: não dispense a camisinha. Adapte-se a ela. O preservativo faz parte do kit erótico dos dias de hoje. Vale a pena usá-lo, em todas as relações sexuais.