15,5 milhões de brasileiros são LGBTQIA+, segundo Datafolha

Entender como a sociedade brasileira se divide é importante em diversos âmbitos, sobretudo, para a criação de políticas públicas que envolvam a diversidade, por exemplo. Pensando nisso, em 2022, a Havaianas, em parceria com a ONG All Out, encomendou uma pesquisa da DataFolha para entender o número de pessoas LGBTQIAPN+ no Brasil e quais são os desafios que enfrentam.

Na pesquisa chamada Orgulho, cerca de 9,3% dos brasileiros declararam fazer parte da comunidade LGBTQIAPN+. Ou seja, isso corresponde a mais de 15,5 milhões de pessoas. Os jovens entre 16 a 24 anos são os que mais se identificam como parte da comunidade e somam 18% da população LGBTQIAPN+ brasileira.

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Além disso, dados apontam que cerca de 57% dos entrevistados já sofreram ou sofrem algum tipo de discriminação motivada pela sua orientação sexual, ou identidade de gênero. 

Pesquisas como essa são essenciais para compreendermos e atendermos às necessidades dessa parcela da população de forma mais eficaz e inclusiva. Ao investigar diversos aspectos relacionados à vivência dessa comunidade, como, por exemplo: educação, trabalho, segurança e acesso a direitos básicos, podemos identificar lacunas e desafios enfrentados por elas no cotidiano.

Como essa pesquisa é feita?

Embora o tenha feito um levantamento e apenas 1,9% da população se autodeclara homossexual ou bissexual, esse número é bem diferente da pesquisa realizada pelo Datafolha, que aponta um número cinco vezes maior.

Um dos principais objetivos dessas pesquisas é fornecer dados concretos que embasem políticas públicas e ações afirmativas voltadas para a promoção da igualdade e da diversidade.

 Com informações precisas, é possível desenvolver estratégias que combatam a discriminação e o preconceito, promovam a inclusão social e garantam o respeito aos direitos humanos de todas as pessoas, independentemente de sua orientação sexual, identidade de gênero ou expressão de gênero.

Para conseguir coletar essas datas, o Datafolha foi responsável por conduzir essa pesquisa em algumas etapas:

• Foram feitas 3674 entrevistas;
• A pesquisa foi realizada de maneira quantitativa, por meio um formulário aplicado durante entrevistas pessoais de cerca de 10 minutos;
• A coleta foi realizada em duas partes: em maio e junho de 2022.

Dentre elas, 8% foram na região Norte, 26% no Nordeste, 8% no Centro-Oeste, 44% no Sudeste e 15% no Sul do país.

Nessa pesquisa, os entrevistados responderam algumas perguntas para entender dados sobre identificação e desafios. A partir da coleta de dados, foi possível identificar algumas questões, como:

• A maioria da população LGBTQIAPN+ não tem filhos, representando 70%;
• 59% das pessoas que se identificam com a comunidade são solteiras;
• Apenas 37% dos entrevistados acreditam que a sociedade os respeita;
• 57% da comunidade LGBTQIAPN+ declaram sofrer algum tipo de preconceito;
• Apenas 36% falam sobre sua orientação sexual ou identidade de gênero no ambiente de trabalho;
• 34% acreditam que não possuem as mesmas oportunidades e 40% dizem se sentir rejeitadas pelo mercado de trabalho.

Esses dados mostram que ainda é preciso avançar nesse quesito. Além disso, é importante ressaltar que pesquisas desse tipo devem ser realizadas com sensibilidade e respeito pela privacidade e dignidade dos participantes, seguindo diretrizes éticas e padrões profissionais para garantir a integridade e a validade dos dados coletados.

Outro aspecto relevante é o impacto das pesquisas na promoção da saúde e do bem-estar das pessoas LGBTQUIAPN+. Ao entender melhor as demandas específicas dessa comunidade, é possível desenvolver políticas de saúde mais adequadas, que atendam às suas necessidades particulares e reduzam as disparidades existentes em relação ao acesso a serviços de saúde e a tratamentos adequados.

Pesquisar e buscar compreender a comunidade LGBTQUIAPN+ no Brasil são fundamentais para promover a igualdade, combater a discriminação e garantir o pleno exercício dos direitos humanos de todas as pessoas, independentemente de sua orientação sexual ou identidade de gênero. Esses estudos não apenas informam políticas públicas, mas também contribuem para uma sociedade mais justa, inclusiva e respeitosa da diversidade.

O que cada letra da sigla LGBTQIAPN+ significa?

Agora que você já está familiarizado com a pesquisa, é importante compreender como a comunidade LGBTQIAPN+ se organiza. Para isso, separamos uma lista para te mostrar o que cada letra significa:

• L: representa lésbicas, ou seja, mulheres que se relacionam emocionalmente, romanticamente e/ou sexualmente com outras mulheres.
• G: refere-se aos gays, homens que se relacionam emocionalmente, romanticamente e/ou sexualmente atraídos por outros homens.
• B: significa bissexuais, são pessoas que se sentem atraídas por ambos os gêneros, seja emocionalmente, romanticamente e/ou sexualmente.
• T: representa transexuais ou travestis, indivíduos cuja identidade de gênero é diferente do sexo atribuído no nascimento. 
• Q: representa os queer, que é um termo usado para descrever pessoas cuja orientação sexual ou identidade de gênero não se encaixa nas normas sociais tradicionais. 
• I: refere-se a intersexuais, indivíduos que nascem com características sexuais que não se enquadram nas definições típicas de masculino ou feminino.
• A: já os assexuais, são pessoas que experimentam pouco ou nenhum desejo sexual em relação a outras pessoas. 
• P: significa pansexuais, pessoas que são emocionalmente, romanticamente e/ou sexualmente atraídas por indivíduos independentemente de seu sexo biológico, identidade de gênero ou expressão de gênero.
• N+: pode representar várias identidades adicionais que não são explicitamente mencionadas nas siglas anteriores, como não-binário, gênero fluido, bigênero, entre outros.

Essas siglas e termos são usados para representar a diversidade de identidades de gênero e orientações sexuais presentes na sociedade, promovendo inclusão e respeito pela diversidade.

Agora que você já sabe mais sobre a pesquisa e como a comunidade LGBTQIAPN+ se organiza, fique por dentro de tudo sobre o assunto na coluna Nós do Terra!