2ª edição do Mulheres Pós 2020 será transmitida pelo Terra

Evento, apresentado por Ana Paula Padrão, debate temas, como saúde feminina, justiça climática e violência contra mulheres no poder

13 dez 2021 - 15h56

(atualizado em 27/5/2022 às 09h47)

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Mulheres Pós 2020 é realizado pelas jornalistas Ana Paula Padrão e Lia Rizzo e pelo publicitário Cristiano Diniz e será transmitido ao vivo pelo Terra
Foto: Divulgação

A segunda edição do evento Mulheres Pós 2020, idealizado para aprofundar discussões em torno dos impactos da pandemia na vida das mulheres e na jornada por igualdade de gênero, acontecerá no próximo dia 16 de dezembro, a partir das 10h. O evento é realizado pelas jornalistas Ana Paula Padrão e Lia Rizzo e pelo publicitário Cristiano Diniz e será transmitido ao vivo pelo Terra.

De um estúdio em São Paulo, Ana Paula Padrão apresenta a programação, que trará ao longo do dia entrevistas especiais e painéis de debates com a presença de especialistas, executivas e formadoras de opinião. “São muitos os desafios ainda, mesmo neste momento em que a maior crise sanitária e humanitária do século parece começar a arrefecer”, reflete a apresentadora.

Esta edição de Mulheres Pós 2020 conta com participações especiais, como de Samela Sateré-Mawé, ativista indígena que representa no Brasil o movimento Fridays for Future (criado por Greta Thunberg), da pesquisadora Zélia Amador de Deus, uma das principais referências da luta pela visibilidade negra e articuladora da política de cotas nas universidades brasileiras, e de Erika Hilton, vereadora mais votada do Brasil nas eleições de 2020 e atual presidente da Comissão dos Direitos Humanos da Câmara de São Paulo.

Curadora do evento, Lia Rizzo, que também é pesquisadora de economia de gênero, explica que a programação desta segunda edição buscou contemplar questões já urgentes antes mesmo da chegada da covid-19: “Estamos diante de compromissos que não podem mais ser adiados, como a luta por justiça climática, algo que não se restringe a impactos ambientais, mas que influencia até a desigualdade social e de gênero”, aponta.

Este é o tema de abertura do evento que, na sequência, terá um painel dedicado a entender o papel das corporações nesta luta, sobretudo após a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26). Estarão presentes na conversa mediada pela executiva Jandaraci Araújo, Carla Crippa, VP de Corporate Affairs da AMBEV, Grazielle Parenti, VP de Sustentabilidade da BRF, Helen Pedroso, diretora de Relações Institucionais do Pacto Global da ONU e Marina Cançado, head de Sustainable Wealth da XP.

Saúde feminina

Em diversos países, a covid-19 deixou como parte do triste legado, um enorme aumento nos relatos de depressão, ansiedade e outros transtornos relacionados à saúde mental. Mulheres, também neste aspecto, são as principais vítimas. De acordo com a Medley, que de olho na questão criou o projeto 'Conta, Mana', foram elas que estiveram em maior número na linha de frente da saúde e que também acumularam as chamadas tarefas de cuidado e responsabilidades com a família - geralmente sozinhas e sem apoio.

Em painel mediado por Dilma Campos, empreendedora e CEO da Outra Praia, serão apresentados dados para pensar iniciativas necessárias para apoiar aquelas que estão mais vulneráveis. Participam da conversa Deh Bastos, publicitária e criadora de conteúdo, Dulce Pereira de Brito, coordenadora médica da Saúde Corporativa do Hospital Israelita Albert Einstein e do curso de Práticas de Promoção da Saúde da Faculdade de Medicina da USP, a executiva Jacqueline Conrado, country manager da United Airlines no país, e a diretora geral da Medley no Brasil, Joana Adissi.

Mercado de trabalho

Segundo o Ministério do Trabalho, no ano passado 480 mil postos com carteira assinada foram perdidos e, destes, 96% eram ocupados por profissionais do sexo feminino. E as trabalhadoras informais também foram atingidas. No speech 'Existir para acessar oportunidades', a advogada Juliana Hashimoto conta sua experiência na Pastoral do Povo, onde se instalou para ajudar pessoas vulneráveis a solicitar auxílio social durante a pandemia. Muitos deles não tinham sequer os documentos exigidos para cadastro.

O próximo assunto é como a tecnologia pode abrir caminho e reinserir mulheres desempregadas no mercado de trabalho. O debate reúne Liana Moreira, diretora de marketing do Grupo Hinode, Lisiane Lemos, membro do conselho consultivo do Fundo de População das Nações Unidas, a atriz e empreendedora Maria Gal, que comandou a série 'Tecnologia que nos Transforma', e Pâmela Vaiano, diretora de comunicação da unico IDtech. A mediação será da executiva Carmela Borst, fundadora e conselheira da SoulCode Academy.

A reconquista da autonomia financeira fecha o bloco como tema de bate-papo entre a economista Gabriela Mendes Chaves, CEO da NoFront Empoderamento Financeiro, e Flávia Schlesinger, CFO da Pepsico no Brasil.

Violência afasta mulheres do poder

A onda de ataques a mulheres que ocupam espaços de liderança e influência, seja na política, na mídia, nas universidades e em organizações é crescente no País. Conforme levantamento da ONU Mulheres, 82% daquelas que estão em espaços políticos já sofreram violência psicológica e 45% já foram vítimas de ameaças. Para 40% delas, as agressões de qualquer forma e em qualquer meio atrapalharam sua agenda legislativa.

Sub-representadas em todas as esferas de tomada de decisão - públicas ou privadas - a formulação de políticas e ações focalizadas fica comprometida e o que é aprovado corre o risco de não atender às necessidades femininas.

Os retrocessos em representatividade são tema de entrevista especial com Zélia Amador de Deus. E a violência contra mulheres em espaços de poder é o foco do debate final na programação, com participação de Erika Hilton, da psicanalista e escritora best-seller Elisama Santos e da vice-reitora da USP, Maria Arminda do Nascimento Arruda, segunda mulher a assumir um cargo na reitoria desde que a universidade foi fundada há 87 anos.

Um evento para todos

Para Cristiano Diniz, diretor comercial do evento, “é absolutamente necessário que homens se envolvam como aliados para a solução dos desafios que atingem majoritariamente mulheres e outros grupos minorizados.”