Script = https://s1.trrsf.com/update-1734630909/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

300 páginas e 10 anos para ser produzida: Brasil ganha primeira gramática indígena na língua Wapichana

O livro contém desenhos que retratam o cotidiano da comunidade indígena

25 set 2024 - 11h25
(atualizado às 11h26)
Compartilhar
Exibir comentários
Resumo
A primeira gramática indígena do Brasil, em língua Wapichana, foi lançada em Roraima, com parceria da Funai e educadores indígenas, após dez anos de trabalho
O livro levou dez anos para ser produzido, com início em 2013 e conclusão em 2023
O livro levou dez anos para ser produzido, com início em 2013 e conclusão em 2023
Foto: Divulgação: Lohana Chaves/Funai

A primeira gramática indígena do Brasil foi lançada em Roraima, na última terça-feira, 24. O livro pedagógico de 300 páginas, escrito na língua Wapichana, será utilizado nas escolas de ensino fundamental da região e levou dez anos para ser produzido, com início em 2013 e conclusão em 2023.

A obra "Bayda'aptan Paradakary Ai Chapkinhau Wapichan Paradan Dia'an" (Gramática Pedagógica da Língua Wapichana, em português) foi desenvolvida pelo Museu do Índio, vinculado à Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), em parceria com professores e lideranças indígenas.

Nheengatu App: conheça o 1º aplicativo que ensina língua indígena Nheengatu App: conheça o 1º aplicativo que ensina língua indígena

O lançamento ocorreu na Comunidade Indígena Tabalascada, em Cantá (RR). A presidente da Funai, Joenia Wapichana, celebrou a conquista: "Estamos retornando os trabalhos para que a Funai seja mais presente nas comunidades e caminhe ao lado dos povos indígenas, para que projetos como esse não sejam apenas novidades, mas ocorram com mais frequência", afirmou ao site da Funai.

"A busca por parcerias com organizações indígenas e outros órgãos é essencial. Este lançamento é uma porta para futuros projetos nessa linha", complementou.

A obra visa refletir a diversidade dos falantes e fortalecer a identidade cultural do povo Wapichana. Para a diretora do Museu do Índio, Fernanda Kaingáng, a obra é crucial para aumentar a representatividade indígena em espaços de poder.

"Celebramos dez anos de trabalho de muitos professores. A cultura viva é o que nos garante o direito ao território. A cada duas semanas, uma língua desaparece no mundo, muitas delas indígenas. Parabenizamos a força do movimento indígena e dos educadores de Roraima. Os alunos de hoje serão os líderes de amanhã", afirmou ao site da fundação.

O livro, escrito inteiramente em Wapichana, contém desenhos que retratam o cotidiano da comunidade e, também, algumas atividades para os leitores. 

A professora Wanja Sebastião, que participou da construção da gramática, falou sobre o lançamento da obra. "Chegamos a este momento, que é de gratidão e orgulho para nós, do povo indígena Wapichana. Nossa luta vem de longe, desde nossos ancestrais. Aqui, lembramos de todos os colegas que contribuíram para este trabalho e que não estão mais entre nós", celebrou.

Wanja ainda citou a indígena Wendy Wapichana, que contribuiu para o projeto. Ela morreu em decorrência da covid-19. "Wendy Wapichana foi fundamental para este trabalho, participando das entrevistas, pesquisas e levantamentos em todas as comunidades. Hoje, ela não está conosco, mas sempre estará em nossa história e memória", disse ao site da Funai.

Fonte: Redação Nós
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade